São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Tatuapé e NY testam nova tecnologia em TV

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cento e vinte famílias de Tatuapé (zona leste de São Paulo) acompanharão de suas poltronas o mais novo lance empresarial para a conquista do mercado brasileiro de telecomunicações.
A AG Telecom, do grupo Andrade Gutierrez -um gigante que fatura US$ 800 milhões por ano-, vai testar no local uma novíssima tecnologia de transmissão de TV por assinatura, chamada LMDS.
Tatuapé, segundo a empresa, foi escolhido por ter uma composição social muito diversificada (regiões de alto poder aquisitivo, de classe média e de baixa renda) e porque a zona leste é a área da cidade menos provida de TV por assinatura.
Segundo a AG Telecom, o início dos testes depende apenas do sinal verde do Ministério das Comunicações.
No final de 94, a empresa foi autorizada pelo governo a testar o sistema no Brasil.
Esta tecnologia, desenvolvida pela empresa norte-americana Cellular Vision, só havia sido testada até agora em Long Island, Nova York, e está entrando em uso comercial em Manhattan.
A sigla LMDS significa Local Multipoint Distribution System, que em português corresponderia a sistema para distribuição local a partir de múltiplos pontos, no caso, por antenas instaladas em vários locais.
O sistema pode transmitir até 49 canais de televisão, além de servir para transmissão de dados e voz (telefonia), mas os testes serão feitos apenas com seis canais de TV com programação cedida pela Globosat.
A empresa ainda não selecionou as famílias que serão convidadas a participar dos testes, mas os equipamentos de transmissão já estão instalados no topo do edifício nº 2.308 da av. Conselheiro Carrão.
São equipamentos tão pequenos que quase não são percebidos por quem passa na frente do edifício. No alto do prédio, foi instalado um poste de 4 metros de altura, que sustenta um amplificador e uma antena de transmissão, parecida com uma tampa para bolo, com 30 centímetros de diâmetro.
No 10º andar do prédio, a empresa instalou o equipamento de recepção dos canais Globosat. O receptor é ligado à antena de transmissão por cabo coaxial, de cobre, usado em telefonia e TV a cabo.
Para se ter uma idéia, é uma frequência 14 vezes maior do que a usada no sistema de transmissão por microondas, como o da TVA em São Paulo.

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