São Paulo, domingo, 9 de julho de 1995
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Oferta de vagas em telemarketing é recorde

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Poucas profissões estão tão em alta quanto a de operador de telemarketing. Só neste ano, devem ser criadas aproximadamente 25 mil vagas, um recorde do setor.
A atividade, há dez anos no país, tem 100 mil profissionais. Os dados são da ABT (Associação Brasileira de Telemarketing).
``Vai ser uma das carreiras mais promissoras na virada do século", prevê com otimismo Volney Faustini, 43, presidente da associação.
A Quatro/A, empresa especializada em telemarketing, por exemplo, tinha dez funcionários dois anos atrás. Hoje está com 650.
``Serão 25 mil ou mais vagas", diz Rubens de Almeida, 28, presidente do Sintratel (Sindicato dos Trabalhadores em Telemarketing).
Para ele, o Mercosul (mercado comum entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) vai contribuir -e exigir fluência em espanhol.
Outra vantagem da profissão: é uma das poucas áreas em que não se exige experiência anterior.
E o que não faltam são histórias curiosas. ``Já houve tentativas de paquera. Alguns usam o sistema para se confessar. Acham a voz da atendente bonita e que ela é uma pessoa acessível", diz Faustini.
Francisco de Assis Santos, 37, diretor da Interact, conhece um caso que terminou em casamento.
Embora já tenham flagrado engraçadinhos, as gravações são raras. São feitas por amostragem -para garantir a qualidade das abordagens- e por segurança -em caso de operações bancárias.
A maioria absoluta (80%) dos operadores é mulher, como Rosistér Fátima Vaz, 23, que cursou ciências contábeis, mas trabalha para a Quatro/A. ``Na área contábil o salário seria menor."
Renata Stefani, 19, faz matemática nas Faculdades Oswaldo Cruz (SP) e gosta de ser operadora porque só ocupa seis horas de seu dia.
Simone Garcia da Silva, 18, está indecisa entre direito e jornalismo. Ganha R$ 280. ``Mas, com as comissões, pode até dobrar."

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