São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Cidade amazonense é a mais analfabeta

DA SUCURSAL DO RIO

Pauini, no Amazonas, é o município com maior índice de analfabetismo no país. São analfabetos 84,5% de seus habitantes com mais de 10 anos, segundo dados divulgados ontem pelo IBGE.
A cidade tem 17.037 habitantes.
Segundo o IBGE, o município com menor taxa é Pomerode, em Santa Catarina, com 18.771 habitantes. Apenas 1,6% dos moradores com mais de 10 anos não sabem ler nem escrever.
Curitiba é a capital com melhor desempenho: 5% de seus habitantes são analfabetos. A taxa média brasileira é de 20% de analfabetos jovens e adultos.
As melhores situações se verificam nas regiões Sul e Sudeste do país (leia quadro ao lado).
Mais da metade das crianças com idade de 0 a 14 anos da região Nordeste tem chefes de família sem instrução ou com apenas um ano de estudo.
53,5% das crianças nordestinas de 0 a 6 anos têm chefes de família sem instrução; 50% das crianças entre 7 e 14 anos estão na mesma situação.
Segundo análise do IBGE, a escolaridade dos chefes de domicílio influi em termos orçamentários, culturais e socioculturais nas chances de escolarização dos filhos.
Apesar do indicativo, os resultados do Censo Demográfico de 1991 apontam para uma melhoria nas taxas de alfabetização entre os chefes de família no Brasil.
A maior parte dos chefes de família -57%- tem no mínimo o curso primário completo. Em 1980, a predominância era de analfabetos e semi-analfabetos (55% do total).
Segundo o IBGE, no ano 2000 o índice total de analfabetos no país baixará de 20% para 15%.
Para a secretária estadual da Educação de São Paulo, Rose Neubauer, a projeção ``mostra que os esforços nos últimos 20 anos têm dado resultados."
Segundo ela, os adultos maiores de 30 anos representam a maior parte dos analfabetos no Estado.
``Essas pessoas praticamente não são atingidas pelos programas educacionais, porque já criaram uma resistência à escolarização."
Para o secretário municipal da Educação de São Paulo, Sólon Borges dos Reis, ``as pesquisas sociais no Brasil não são muito confiáveis."

Colaborou a Reportagem Local

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