São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Número de homicídios cresce na Grande SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de homicídios na Grande São Paulo cresceu 16,4% no primeiro semestre de 95, comparado com o mesmo período do ano passado. Os dados são da Secretaria da Segurança Pública.
Em 95, houve 3.836 assassinatos até 30 de junho. A secretaria registrou 3.296 casos no mesmo período de 94. A média mensal neste ano é de 639,3 homicídios.
``Há uma tendência mundial de aumento de crimes violentos, contra a vida", disse a professora do Departamento de Antropologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Teresa Caldeira, 41.
Segundo ela, há uma peculiaridade no Brasil que reforça essa tendência: o número de pessoas mortas pela polícia. Tereza afirmou também que, nos últimos 20 anos, a mudança qualitativa mais importante na criminalidade aconteceu no meio da década passada.
Até então, os crimes contra a vida na Grande São Paulo representavam cerca de 20% do total de crimes da região. Desde 84, os homicídios passaram a representar cerca de 30% do total de crimes.
Ao mesmo tempo, o número de dois dos principais crimes contra o patrimônio (roubo e furto de carros e furtos em geral) diminuiu. O número de casos de roubos se manteve estável comparando o primeiro semestre de 94 com o de 95.
Em 95, aconteceram, segundo a secretaria, 59.041 furtos (quando o ladrão age sem violência contra pessoas) na Grande São Paulo. Esse número foi de 70.282 no primeiro semestre de 94. Houve uma diminuição de 16%.
Os casos de furtos e roubos de carros foram 55.381 nesse período do ano passado. Em 95, eles ficaram em 44.030 (menos 21,2%). A secretaria informou que foram registrados 34.429 roubos em 94 e 34.486 em 95 (aumento de 0,2%).
``O IBGE fez uma pesquisa em 88 que concluiu que 61% das vítimas de roubos e furtos não avisam a polícia. Esse número é alto em todo o mundo, mas aqui ele é maior", disse a professora.

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