São Paulo, quarta-feira, 12 de julho de 1995
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Indy pode ir à Justiça para correr 500 Milhas

MAURO TAGLIAFERRI
ENVIADO ESPECIAL A TORONTO

Os donos de equipes da Indy podem entrar na Justiça contra o proprietário do Indianapolis Motor Speedway, Tony George.
Eles querem garantir a participação de seus carros e pilotos nas 500 Milhas de 96.
A informação foi dada por Carl Haas, sócio da Newman-Haas, ao jornal ``USA Today" (EUA).
Segundo ele, George estaria violando a lei de livre mercado nos EUA.
O proprietário do Indianapolis Motor speedway está deixando apenas oito vagas no grid para carros que não participem do campeonato de 96 da Indy Racing League, liga paralela à Indy.
George anunciou o novo sistema de classificação para a prova na semana passada.
Pelas regras, 25 das 33 vagas do grid ficam reservadas aos melhores colocados na IRL.
As 500 Milhas não são organizadas pela IndyCar, organização que dirige a Indy.
São controladas por George, que fundou a liga paralela por achar que a Indy se tornou cara e internacional demais.
A IRL será inaugurada em 96 com cinco provas, todas em pistas ovais. As 500 Milhas são a terceira, dia 26 de maio, e não contará pontos para o campeonato da Indy.
Esse, porém, é o menor problema em ficar fora das 500 Milhas.
A principal questão é que, sozinha, a corrida responde por cerca de 30% do orçamento das equipes da Indy.
A prova atrai patrocínio aos times por sua exposição na mídia.
Segundo a companhia norte-americana ``The Sponsors Report", que traduz em cifras o tempo em que uma marca é exposta no vídeo, as 500 Milhas de 94 ofereceram o equivalente a US$ 99,9 milhões em propaganda durante três horas de transmissão.
No mesmo ano, a prova da IndyCar que mais expôs patrocinadores do vídeo, o GP de Detroit, rendeu US$ 18 milhões.
Para o presidente da IndyCar, Andrew Craig, a queda-de-braço entre a IRL e sua entidade deve ter, como próximo capítulo, um protesto formal dos donos de equipes da Indy contra George.
``Quero correr contra os melhores pilotos e não contra uns que foram escolhidos a dedo porque competiram em certas provas antes das 500 Milhas", afirmou o piloto Bobby Rahal, sócio da Rahal/Hogan, em comunicado à imprensa.
``O que George está propondo é jogar fora todo o trabalho que fizemos nos últimos anos", disse, em outro comunicado, o dono da Hall Racing, Jim Hall.

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