São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 1995
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"Tucker" combate a inércia

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Certos filmes fracassam só porque são de Francis Ford Coppola e, sabe-se, Coppola precisa fracassar de vez em quando. Porque o personagem de "Tucker - Um Homem e Seu Sonho" (Globo, 1h), para começar, é notável.
Preston Tucker (Jeff Bridges) encarna o que o individualismo tem de melhor: a iniciativa, a criatividade, a -por que não- vaidade e, sobretudo, a capacidade de sonhar.
Tucker é, em suma, o homem que, no fim dos anos 40, resolve desenvolver um automóvel que tem a seu favor uma aerodinâmica revolucionária e sistemas de segurança impensáveis até então.
Como boa parte da humanidade se interessa por carros, não há razão racional, por assim dizer, que explique o fracasso.
E Tucker, ao menos segundo Coppola, tinha um lado saudavelmente picareta: metia os peitos para ver no que dava.
É verdade que Tucker trombou com a grande indústria automobilística e desafiou umas tantas instituições, nem sempre com bons resultados.
Esse é o lado sombrio do filme, que aliás coincide com o poético: de um lado está a América preguiçosa, institucionalizada; contra ela, o inventor, que desafia a inércia, que faz das idéias a prioridade número um.
Ora, é evidente a paixão de Coppola por Tucker. Porque Coppola não é outro senão Tucker: um homem de incontáveis falências, de acertos e erros colossais, um experimentador. Nunca um burocrata que se satisfaz com o que a indústria lhe dá. "Tucker" é um filme cheio de aventura, no sentido poético da palavra.(IA)

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