São Paulo, quinta-feira, 13 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
"Tucker" combate a inércia
INÁCIO ARAUJO
Preston Tucker (Jeff Bridges) encarna o que o individualismo tem de melhor: a iniciativa, a criatividade, a -por que não- vaidade e, sobretudo, a capacidade de sonhar. Tucker é, em suma, o homem que, no fim dos anos 40, resolve desenvolver um automóvel que tem a seu favor uma aerodinâmica revolucionária e sistemas de segurança impensáveis até então. Como boa parte da humanidade se interessa por carros, não há razão racional, por assim dizer, que explique o fracasso. E Tucker, ao menos segundo Coppola, tinha um lado saudavelmente picareta: metia os peitos para ver no que dava. É verdade que Tucker trombou com a grande indústria automobilística e desafiou umas tantas instituições, nem sempre com bons resultados. Esse é o lado sombrio do filme, que aliás coincide com o poético: de um lado está a América preguiçosa, institucionalizada; contra ela, o inventor, que desafia a inércia, que faz das idéias a prioridade número um. Ora, é evidente a paixão de Coppola por Tucker. Porque Coppola não é outro senão Tucker: um homem de incontáveis falências, de acertos e erros colossais, um experimentador. Nunca um burocrata que se satisfaz com o que a indústria lhe dá. "Tucker" é um filme cheio de aventura, no sentido poético da palavra.(IA) Texto Anterior: Gays globais: a Zezinha e a Italianinha! Próximo Texto: Boxe sai do ringue e vira coqueluche entre mulheres Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |