São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Agricultura pode ter mais R$ 600 milhões

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, disse ontem em Porto Alegre (RS) que o governo vai ``flexibilizar" o recolhimento compulsório dos depósitos bancários a fim de colocar recursos à disposição do setor agrícola.
Segundo Loyola, a medida deve corresponder a uma aplicação de cerca de R$ 600 milhões à agricultura.
Ele disse que a idéia do governo é destinar até 25% dos depósitos à vista à produção agrícola, como ocorria no ano passado.
Atualmente, o compulsório sobre depósitos à vista é de 90%. ``Com esse recolhimento ao Banco Central, os bancos têm menos dinheiro. Nossa idéia é que parte do dinheiro recolhido ao BC seja devolvida ao sistema para aplicação na agricultura", afirmou.
Segundo o presidente do Banco Central, o governo dará detalhes sobre o assunto nos próximos dias. ``Não gostaria de dar detalhes agora. Não existe uma decisão sobre a forma final da medida", disse.
O presidente do BC disse que a agricultura ``tem pagado o ônus do plano (Real)". Para ele, ``os preços agrícolas se mantiveram praticamente estáveis nos últimos meses, enquanto os custos financeiros foram razoavelmente elevados".
Ele afirmou que a renda agrícola ``realmente sofreu uma redução". Loyola fez palestra na ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil).
Segundo ele, as medidas ``negociadas" pelo governo com o setor rural ``são suficientes" para que o setor plante a próxima safra.
``O governo vai assegurar uma renegociação razoável (das dívidas) e a existência de recursos, em condições financeiras adequadas, para a próxima safra", disse.
Sem mencionar valores, Loyola afirmou que o governo não pode ir além de certos limites.

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