São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Acordo é acordo

Na eleição municipal de 50, os chefes políticos da cidade de Bueno Brandão (MG) decidiram quebrar uma tradição local: o vencedor, não importaria quem, proibiria seus aliados de dispararem rojões contra a casa do perdedor.
Abertas as urnas, o PSD venceu por 18 votos. Os derrotados reuniram-se na farmácia do líder local da UDN, Alípio Faria. Lá estava o candidato a deputado Milton Reis, do PTB, que, em Bueno Brandão, tinha aliança com os udenistas.
O grupo chorava suas mágoas quando começou o foguetório. O barulho vinha lá de perto da casa do candidato derrotado.
Furiosos, Reis e Faria saíram à procura do chefe do PSD, o coronel Julinho. Foram encontrá-lo a poucos metros da casa do derrotado, em meio aos estampidos.
- E o nosso acordo, coronel? -foi logo perguntando Reis.
O coronel Julinho sorriu:
- Pois é, nós combinamos. Combinamos que não podia atirar contra a casa do outro. Mas esses foguetes aí são todos pra riba.
E os derrotados tiveram que amargar várias horas de barulho.

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