São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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'Não planejo morrer nos próximos 4 anos'

Covas quer Dante de Oliveira no PSDB

DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), disse ontem não estar preocupado com o seu estado de saúde. ``Não tenho planos de morrer nos próximos quatro anos. Me elegeram, agora terão que me aguentar", brincou.
Ontem, a Folha revelou que o governador não vem seguindo a dieta recomendada por seus médicos. Covas, que já implantou uma ponte de safena e duas de mamária, não faz nenhum exercício físico e tem uma vida sedentária.
``Eu me pesei hoje. Estou com 97 kg. Quando li que estava com mais de 100 kg, me assustei", disse Covas. Um exame feito há dez dias, segundo ele, apontou uma taxa de colesterol de 192 miligramas por litro de sangue. ``O limite máximo é 200. Estou bem."
A taxa seria ideal se estivesse menor do que 180. Entretanto, taxas como a que Covas diz estar estão no limite do considerado normal.
No início e no fim da entrevista coletiva que concedeu ontem, no Palácio dos Bandeirantes, Covas brincou com os repórteres.
Depois de cumprimentar os jornalistas, perguntando se estava tudo bem, afirmou que com ele próprio as coisas iam bem, ``apesar das notícias" sobre sua saúde. Revelou que havia se pesado, mas escondeu o resultado da balança até o fim da coletiva.
Gordura partidária
Preocupado com o que chama de ``gorduras" do PSDB, Covas desencadeou ofensiva com o objetivo de atrair para o partido políticos com perfil mais parecido ao dos tucanos.
A visita que ele fez ontem ao Mato Grosso faz parte desse esquema. Covas quer que o governador Dante de Oliveira troque seu atual partido, o PDT, pelo PSDB.
A viagem ao Mato Grosso teve como pretexto o início das obras de uma estrada que ligará o Estado a São Paulo.
``O importante de um partido não é acumular gorduras, é pegar músculo", afirma.
Na linguagem de Covas, ``músculo" são políticos como os governadores Dante, Antônio Britto (PMDB-RS) e Jaime Lerner (PDT-PR).
``Gordura" são as recentes adesões ao PSDB. O ex-governador paranaense Álvaro Dias faz parte do bloco. Para evitar que o partido tenha mais ``gordura" do que ``músculo", Covas resolveu agir.
Ele conta com o apoio do governador tucano Tasso Jereissati, do Ceará. Auxiliares covistas lembram que o PSDB cearense e o paulista não têm recebido adesões que desfiguram o partido.

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