São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Porta-voz nega rombo; Serra prepara cortes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral, disse ontem que não haverá rombo no Orçamento da União. Segundo ele, o decreto noticiado ontem pela Folha para cobrir gastos extras de R$ 3 bilhões com o funcionalismo é uma compensação por cortes já feitos.
``Não existe nenhum estouro no orçamento, é uma notícia sem fundamento", disse o porta-voz. Segundo Amaral, o que ocorre é que em alguns casos é preciso liberar crédito suplementar para compensar cortes feitos através de vetos.
O Orçamento da União prevê R$ 31,2 bilhões para o pagamento do funcionalismo. O governo não efetuou nenhum corte neste setor. Os cortes já feitos, que somam R$ 3,2 bilhões, não atingiram a folha de pagamentos, mas emendas apresentadas por parlamentares.
Como os gastos com funcionalismo ultrapassaram a previsão da Lei Orçamentária, o governo terá que autorizar gastos extras superiores a R$ 3 bilhões.
Além dos R$ 3,2 bilhões já cortados, o ministro do Planejamento, José Serra, afirmou ontem que está executando cortes de mais R$ 9,5 bilhões no orçamento.
Ele não informou que verbas estariam sendo canceladas. Embora tenham sido anunciados há quatro meses, os novos cortes não foram comunicados ao Congresso. A Folha apurou que o ministério decidiu fazer segredo sobre os cortes para conter pressões políticas. Os primeiros cortes tornaram Serra impopular entre os parlamentares.
Segundo o ministério, o governo já se preparava para o aumento dos gastos com o funcionalismo em função do reajuste salarial de 25% concedido em janeiro. Por isso, decidiu cortar antecipadamente as propostas dos parlamentares.

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