São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Para diretor de cadeia, crack causou rebelião

DA FOLHA RIBEIRÃO

A rebelião realizada anteontem na Cadeia Pública de Ribeirão Preto -a segunda em 15 dias- teria se iniciado por briga entre os presos pela posse de uma porção de crack. Um detento ficou ferido.
Segundo o diretor da cadeia, Celso Corrêa de Moura, a droga -mistura de cocaína, bicarbonato de sódio e água- teria sido jogada por pessoas de fora da cadeia no pátio.
Os presos afirmam que a rebelião começou depois de revista feita por policiais civis e militares na manhã de ontem.
Eles apreenderam cerca de 30 armas -facas, xuxos (espátula fina usada como faca), estiletes, punhais-, uma porção de maconha e maricas (cachimbo para fumar crack e maconha).
Segundo os presos, os policiais pisotearam alimentos e picaram os maços de cigarro que havia no interior das celas. Corrêa nega as acusações dos detentos e afirma que não havia no local nenhuma comida.
O diretor da cadeia enviou na noite de anteontem um telex ao secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, comunicando o motivo da revolta.
O diretor solicita a remoção dos 470 detentos para outras penitenciárias do Estado para que a cadeia possa ser reformada.
Segundo informações da polícia, os detentos destruíram todas as grades, parte da alvenaria, concretagem e serralheria das celas.
O delegado regional substituto José Celestino Joaquim, afirmou que é impossível conseguir a transferência de todos os presos.

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