São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Bernardinho aceita a dispensa de Estefânia

DA REPORTAGEM LOCAL

O técnico da seleção brasileira de vôlei feminino, Bernardo Rezende, o Bernardinho, aceitou o pedido de dispensa feito ontem pela atacante Estefânia.
Bernardinho disse que não pretende convocar outra jogadora para o lugar da atacante.
A seleção se prepara para disputar o Grand Prix de vôlei (a versão feminina da Liga Mundial), a partir de 18 de agosto, em Belo Horizonte (MG).
Estefânia conversou com Bernardinho antes do treino físico da equipe, na Escola de Capacitação Física do Exército, na Urca (zona sul do Rio).
A jogadora pediu para continuar o tratamento de uma tendinite (inflamação) no ombro direito com o médico Moisés Cohen.
Cohen é responsável pelo atendimento médico da Trasmontano/JC Amaral, de Ribeirão Preto (319 km ao norte de São Paulo), equipe em que Estefânia atua.
Bernardinho e o supervisor da seleção, Radamés Lattari, teriam oferecido toda a estrutura da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), que inclui departamento médico e salas de fisioterapia, à jogadora.
Porém, Estefânia recusou. ``Conversei com eles e fui atendida no pedido para seguir meu tratamento em Ribeirão", disse.
Segundo Cohen, a jogadora será submetida a novos testes e não está excluída a possibilidade de uma cirurgia.
A dispensa da jogadora contrariou o técnico. Ele não pretendia dispensar Estefânia, sob o risco de abrir um precedente na seleção.
É que outras cinco jogadoras também estão se recuperando de contusões: Ana Moser (fez uma cirurgia no joelho), Ana Paula (fissura na tíbia), Leila (cansaço muscular) e Ana Flávia (tendinite no ombro direito).
O medo da comissão técnica é que outras atletas sigam o exemplo de Estefânia e peçam dispensa.
Segundo Bernardinho, a expectativa é de que todas as atletas contundidas possam atuar no GP.
A dispensa de Estefânia acontece em meio a uma crise entre a comissão técnica e os dirigentes de clubes.
O médico da seleção, Serafim Costa, declarou, em comunicado distribuído na terça-feira, que os clubes seriam os responsáveis pelas contusões das atletas.
O supervisor da Transmontano, Edmo Júnior, disse que o interesse do clube é `` somente recuperar a atleta", negando qualquer pressão para liberar Estefânia.
Hoje à noite, a equipe faz seu segundo coletivo, na Escola Naval (centro do Rio).

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