São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995 |
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Frankel faz imitação pálida de Allen em ``Casos e Casamentos"
MARCELO REZENDE
Produção: EUA, 1995 Direção: David Frankel Elenco: Sarah Jessica Parker, Mia Farrow, Antonio Banderas Estréia: Calcenter 1, Gazetinha, Eldorado 2 e circuito. Não apenas pela presença de Mia Farrow no elenco, mas pela intenção de criar uma ``sinfonia" de uma cidade por meio dos dramas existenciais de seus personagens. Dessa vez, Nova York dá lugar a Miami como cenário. Assim como em Allen, o mestre contemporâneo da comédia urbana e sofisticada, o espírito de um lugar se confunde com uma confusão pessoal. No caso, as confusões de Gwyn (a correta e bela Sarah Jessica Parker), uma jovem que passa pelo velho dilema de aceitar ou não o casamento em sua vida. E enquanto não se decide, Gwyn descobre que sua mãe possui uma amante, sua irmã recém-casada é promíscua, o irmão trocou sua mulher grávida por uma modelo e seu pai mantém um caso com uma agente de viagens. Enfim, que a própria idéia de casamento parece ser uma condenação ao fracasso. É aqui então que a comédia se aplica, com pessoas duelando em diálogos afiados e, supostamente, engraçados. Mas o discípulo Frankel, apesar do esforço, permanece distante da grandeza de Allen. Não por falta de talento. Antes, pelo excesso criativo de seu modelo. Em Allen uma comédia não é um fim, mas o meio para poder realizar um comentário sobre o mundo. E quando se assiste Antonio Banderas (mais uma vez como rei do mambo), ou a aparição anódina da modelo Naomi Campbell, se tem a certeza de que ``Casos e Casamentos" é um filme engraçado devido a sua eficácia. Mas é restrito a um pequeno território: o da pálida imitação criativa. Texto Anterior: `Um Susto na Cidade' é paródia engraçada do mundo do cinema Próximo Texto: `O Perfume de Yvonne' enjoa Índice |
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