São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Bar des Arts une qualidade e bons preços

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Anuncia-se na cidade uma fase de restaurantes multifacetados, que combinam cafés, bares, lojas e galerias abertos o dia todo. Assim é o novo Bar des Arts.
O sucesso da casa -já lotada até o ladrão- não se deve somente à fórmula adotada, mas também ao seu profissionalismo. Os proprietários são os mesmos do Leopolldo: Giancarlo Bolla (também do La Tambouille, o mentor gastronômico), Jorge Elias (criador da ambientação), Francisco Cruz Lima e Fernando Dhelomme.
O Bar des Arts fica num terreno de quase 3.000 metros quadrados, dos quais 1.200 de área construída. Ela inclui o amplo bar-restaurante, de alto pé-direito e generosa luz natural; e uma área para eventos e exposições. Em volta, jardins onde futuras lojas venderão vinhos, charutos, flores.
Se a idéia era fugir ao estigma do Leopolldo -sendo portanto menos pretensioso, mais descontraído e mais barato-, a tacada foi certeira. Aqui a clientela fica à vontade. O ambiente é informal e só incomoda pela superlotação e pelo ruído: um clima mais de bar.
E, no entanto, há visível preocupação em firmar seu lado de restaurante. As mesas são confortáveis, com toalhas e guardanapos de pano e boas louças. A cozinha é comandada pelo italiano Sauro Scarabotta e pelo brasileiro José Gomes da Silva.
O cardápio é concentrado e passeia pelas influências italianas e francesas. Os pratos têm número limitado e buscam mais a simplicidade que a sofisticação.
A mesa de saladas tem pratos de aspecto antiquado, mas gostosas, como a salada de ovos com caviar espanhol. No almoço ela pode ser complementada por pratos do dia, como a gostosa polenta com molho de tomate e linguiça.
Há massas (de qualidade) e risotos, como o de polvo e brócolis. Nos pratos do mar, o destaque é o misto de lula e vieira num delicado molho à provençal. Os pontos de cozimento dos pescados são também respeitados no filé de linguado servido com frutos do mar.
O capítulo mais fraco é o das carnes: a vitela à parmigiana é convencional; no "saltimbocca com risotto, os escalopes são pobres no tempero e sem perfume de sálvia; o leque de filé com molho de "emmental é, na matriz (o Tambouille), tirado de um corte melhor da carne e tem mais sabor.
No cômputo geral, o Bar des Arts mostra-se um acerto. Se mantiver os preços (compensadores pela qualidade e conforto oferecidos) e o nível do serviço (que conta com profissionais do Leopolldo, enquanto este está de mudança), será um sucesso de longo fôlego.

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