São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 1995
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Para Clinton, a missão da ONU está no fim

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, disse ontem que o fim da missão da ONU na ex-Iugoslávia está próximo com a queda da área protegida de Srebrenica.
Segundo Clinton, é preciso que as Nações Unidas definam o que fazer daqui para frente. O governo norte-americano se dispôs a enviar 25 mil soldados para ajudar na enventual retirada das tropas de paz da ONU na região.
Para o líder da oposição republicana, contrária ao envolvimento na guerra que já dura mais de três anos na Bósnia, Newt Gingrich, a retirada das tropas é iminente.
O mediador europeu para os conflitos decorrentes da separação da ex-Iugoslávia, o sueco Carl Bildt, defendeu ontem a permanência das tropas da ONU.
"Sem a Unprofor (sigla inglesa para Força de Proteção das Nações Unidas), a guerra irá se tornar mais cruel e desumana", afirmou Bildt. Ele disse que a política de autonomia dessas tropas deve ser, porém, revista.
A França se isolou como o único país do bloco ocidental a defender a intervenção armada para liberar as áreas protegidas da ONU.
Ontem, o presidente francês, Jacques Chirac, reafirmou em nota oficial que está à disposição para uma "limitada, porém firme" ação em território bósnio.
Reino Unido e Estados Unidos, que analisaram a proposta, silenciaram sobre o assunto.
A Rússia, por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenou ontem tanto a proposta francesa quanto a ação dos sérvios bósnios em Srebrenica.
No Irã, o chanceler Ali Akbar Velayti enviou um pedido à Organização da Conferência Islâmica para que haja uma reunião dos países muçulmanos sobre a Bósnia.
Em posicionamento inédito, Velayti disse que os países islâmicos devem ajudar os muçulmanos bósnios não só de forma humanitária, mas também defensiva. Ele não precisou se isso significa envio de armas, proibido pela ONU.

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