São Paulo, sábado, 15 de julho de 1995
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Família quer processar fabricante de elevador por morte de garoto

DA FT; DA REPORTAGEM LOCAL

A família do estudante Felipe Garcia Manrique, 8, morto anteontem à tarde ao cair do 13º andar no poço do elevador de um prédio no Tatuapé (zona leste de São Paulo), pretende processar judicialmente a empresa Villares, fabricante do aparelho.
``O elevador tinha sido arrumado naquele dia e voltou a apresentar defeito, causando uma morte. Isso não pode ficar assim", disse o tio do garoto, Álvaro Henrique, 52. Felipe foi enterrado ontem às 16h.
O diretor do Contru, Carlos Alberto Venturelli, 50, interditou o elevador. "Naquele momento era o que podíamos fazer. Agora iremos aumentar a fiscalização no setor", disse.
Segundo ele, há 48 mil elevadores na cidade. Desses, cerca de 20% são irregulares.
A Villares disse que esperará o resultado do inquérito policial para se manifestar sobre o processo.
A assessoria da empresa informou que a porta de pavimento do elevador não pode ser aberta se o elevador não estiver no andar.
A porta possui uma trava de segurança que impede sua abertura. De acordo com a empresa, a trava estava em perfeitas condições.
Segundo a Villares, a única forma de abrir a porta se o elevador não estiver no pavimento é destravando-a manualmente, com uma chave especial.
A assessoria da empresa disse que alguém deve ter destravado a porta do 13º andar com essa chave antes de o menino abri-la.
Técnicos da Villares estiveram no edifício na manhã de quinta-feira, dia do acidente.
Eles foram chamados, segundo a assessoria, porque o elevador estava parado no quinto andar do prédio.
O motivo seria uma falha no contato elétrico da porta. A Villares diz que o problema foi solucionado e o elevador estava funcionando normalmente quando os técnicos foram embora. O acidente aconteceu à tarde.

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