São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Maciel descarta criação da `Privatibrás'

SILVIA QUEVEDO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS

O vice-presidente da República, Marco Maciel, descartou ontem a proposta de criação do Ministério Extraordinário da Privatização, sugerida por integrantes de seu próprio partido, o PFL.
``Tenho receio de que o ministério termine redundando em mais uma estatal e que, ao final, em vez de privatizar, vá engessar ainda mais o setor público, que precisa ser privatizado", disse.
``Criar a `Privatibrás' seria burocratizar a privatização", declarou Maciel. Ele afirmou que a estratégia do governo para o segundo semestre será promover uma ``reforma patrimonial".
Segundo o vice-presidente, essa reforma abrange a promoção das reformas fiscal, tributária, administrativa, previdenciária e o ``deslanche" das privatizações.
Maciel participou ontem, em Florianópolis, do encontro promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina, que discutiu as reformas constitucionais.
O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen, também presente, voltou a defender a nomeação de um ministro extraordinário para agilizar as privatizações.
``O processo está muito lento. Falta vontade política do governo como um todo. Precisamos superar a burocracia e ter um ministro encarregado somente das privatizações", disse.
Recesso
Maciel declarou que as privatizações serão aceleradas depois do recesso parlamentar.
Ele disse que 17 empresas serão privatizadas. Citou a Vale do Rio Doce, empresas do setor bancário e de energia elétrica. Disse que em alguns casos do setor de energia elétrica, o governo poderá substituir a privatização pela parceria com o setor privado.
``Dezessete é pouco, se eu pudesse privatizava todas", disse Bornhausen. Ele afirmou que ``bom" para o PFL seria ``o número suficiente para pagar a dívida pública e, com isso, baixar a elevada taxa de juros".
``Eu juro que vai baixar", brincou Maciel. ``Mas só a reforma patrimonial fará com que os juros caiam. Ela será a grande prioridade do governo, é uma determinação do presidente."
Segundo o senador Vilson Kleinubing (PFL-SC), que integra a Comissão de Economia do Senado Federal, a dívida pública do país subiu de R$ 62 bilhões para R$ 71 bilhões nos últimos seis meses, com o governo pagando R$ 13 bilhões de juros.

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