São Paulo, sábado, 15 de julho de 1995
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Josias de Souza

GILBERTO DIMENSTEIN

BRASÍLIA - A partir da próxima semana, o jornalista Josias de Souza ocupa esta coluna diariamente -é uma boa notícia para o leitor.
Há 12 anos acompanho de perto o trabalho de Josias de Souza -aliás, por trabalharmos no mesmo espaço físico, passo mais tempo com ele do que com minha própria mulher.
Daí me sinto seguro para afirmar que ele é um ótimo repórter, sempre buscando novas fontes, atento à precisão da informação. Conhece em profundidade os bastidores do poder. Não tem reverência servil nem o desprezo sistemático pelos homens públicos.
Cultiva a independência como o valor máximo de um profissional. Não hesita em cutucar e criticar. Não tem medo de se colocar contra as correntes. Portanto, está habilitado a contribuir nesta instigante massa crítica produzida pelos colunistas diários.
É um privilégio ao leitor manter contato diário com colunistas como Carlos Heitor Cony, Clóvis Rossi, Janio de Freitas e Luís Nassif que, cada qual à sua maneira, tentam traduzir o mundo.
Há choques, discordâncias, embates de idéias. Confesso que não gosto de algumas colunas de meus colegas: algumas até me irritam. Mas me ajudam a pensar e, certamente, ajudam o leitor a pensar. O jornal cumpre sua missão pedagógica de levantar dúvidas, estimulando a oposição de idéias.
Esse fértil embate ganha ainda mais consistência quando acrescentado aos demais colaboradores e colunistas não-diários.
É notável a produção de dúvidas e certezas na constelação formada por gente como Jabor, Callado, Marcelo Coelho, Marcelo Leite, Delfim, André Lara Resende, Antonio Ermírio, d. Luciano, Gabeira, entre tantos outros. Impossível deixar de citar José Simão, que, muitas vezes, fala melhor sorrindo o que tentamos falando sério.
Mostramos todos os dias que a beleza está na diversidade. A diversidade é ruim para quem só quer ter certeza, mas essencial para quem vê na dúvida o motor da liberdade. Por isso, Josias é uma boa notícia.
PS - Se coloco nessa lista o nome de Otavio Frias Filho corro o risco de parecer bajulador de dono de jornal. Se deixo de citar, cometo uma injustiça, porque ele está fazendo uma das colunas mais brilhantes da imprensa brasileira.

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