São Paulo, domingo, 16 de julho de 1995
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Comerciante tenta vender Gol há um mês

DA REPORTAGEM LOCAL

Vender um carro usado se tornou um tormento também para os particulares.
Os preços baixaram, mas os compradores sumiram na mesma proporção.
O comerciante Eduardo Alexandre Simioni, 20, tenta há um mês vender seu Gol CL 92 para adquirir outro carro: um Kadett SL.
Simioni colocou uma placa ``vende-se" no veículo, recorreu a feiras e anúncios em jornais.
``A minha sorte é que a loja também não consegue vender o Kadett", diz Simioni, que pede R$ 7.800 pelo carro.
Ismael Molina, 44, funcionário do Metrô, já desistiu de vender seu Renault RT 95.
``Estou pedindo R$ 23 mil pelo carro"', afirma Molina.
``Mas me oferecem, no máximo, R$ 20 mil. Por esse preço nem aceito conversa, apesar de precisar do dinheiro", diz.
Sonia Moreira Guimarães, 26, está desesperada com a reviravolta do mercado.
Ela e seu marido tentam vender, há dez dias, um Monza Classic 89, com câmbio automático.
Precisando do dinheiro para pegar as chaves de um novo apartamento, o casal tentou de tudo e abaixou o preço do veículo -de R$ 9.900 para R$ 8.000.
``Mesmo assim, apenas nos ligam para pedir informações", diz Sonia, inconformada.
Maria Nilma Santos, 47, quer vender seu Uno ELX 94 -com vidros verdes, ar-condicionado, vidros elétricos e toca-fitas- por R$ 10 mil.
Aconselhada pelo marido e ciente da dificuldade de vender o veículo, ela preferiu dar um desconto de R$ 500 para o esperado comprador.
``Preciso vender o carro e ainda aceito contra-ofertas", avisa.
O empresário Cícero Oliveira, 53, teve melhor ``sorte" e conseguiu vender seu Kadett GLS 94.
``Levei quatro meses para vendê-lo. O carro valia R$ 20 mil, vendi por R$ 12 mil e ainda aceitei fiado."

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