São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Canola recupera produtividade no PR

CARMEN BARCELLOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem problemas climáticos, os produtores de canola do norte do Paraná iniciam a colheita, em agosto, esperando produtividade média de 1.500 kg/ha.
Em 94, uma seca no período de floração, em julho, fez o rendimento da safra despencar para 600 kg/ha a 800 kg/ha.
``Calculamos uma produtividade de até 1.900 kg/ha, 20% a mais do que na safra passada, diz Elton Kuroda, 25, produtor em Maringá.
Elton e o pai, Eizo Kuroda, dobraram a área plantada para 140 ha e esperam colher 260 t de grãos.
Roberto Visioli, 42, também de Maringá, prevê um rendimento de 1.000 kg/ha, contra os 600 kg/ha colhidos em 94.
Mas, apesar do aumento da produtividade, a produção total deverá somar em torno de 12 mil t, número igual ao da safra anterior.
A colheita não será maior, porque faltaram sementes para o plantio, afirma José Roberto Gomes, gerente da cooperativa Cocamar, única que importa o produto.
``Com medo de nova seca, os produtores não anteciparam as compras e importamos apenas 44 t de sementes, a metade do ano passado", diz Gomes.
Toda a produção de canola já tem compra garantida pela indústria da Cocamar, que extrai dos grãos o óleo de cozinha Suavit, com baixo teor de colesterol.
Celso dos Santos Júnior, coordenador da divisão de grãos da cooperativa, calcula que este ano a venda do óleo atingirá média mensal de 20 mil caixas (cerca de 360 mil litros), contra 8.000 caixas/mês em 94.
Para estimular os produtores, a Cocamar elevou o preço de compra da canola, com 8% de umidade (percentagem máxima para o armazenamento), de US$ 170 para US$ 200 por tonelada.
Para os grãos com 14% de umidade, o valor de garantia foi estipulado em US$ 186 por tonelada.
Atraídos por estas vantagens, cerca de 30 produtores das cooperativas Cotribá (de Ibirubá) e Cotrisoja (de Tapera), no Rio Grande do Sul, iniciaram este ano o plantio de 300 ha de canola.
``Estamos trocando o trigo pela canola, porque é uma cultura que nos oferece garantia de mercado e de preço", diz João Henrich, engenheiro agrônomo da Cotribá.
Mesmo assim, há resistência dos produtores quanto à cultura.
``O maior problema é o tamanho da semente, muito miúda, que dificulta o plantio e a colheita", afirma José Roberto Gomes.

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