São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Marcha de agricultores está a 435 km de Brasília

BRUNO BLECHER
ENVIADO ESPECIAL A UBERLÂNDIA (MG)

A marcha ruralista, que deixou Uruguaiana (extremo sul do país) no último dia 12, está a 435 km de Brasília (DF).
Ontem, às 18h, o comboio com 207 caminhões desfilou pelas ruas de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, depois de passar por Barretos (SP), Guaíra (SP) e Uberaba (MG). Desde Uruguaina (RS), a marcha já percorreu 1.941 km.
Em Uberlândia, a caravana ganhou a adesão de mais 133 caminhões, segundo os organizadores.
Até às 16h de ontem, 60 caminhões estavam estacionados no parque de exposições da cidade, segundo contou a Folha.
Hoje pela manhã, a caravana parte pela BR-050 rumo a Cristalina (GO), onde recebe os agricultores do noroeste de Minas Gerais.
A passagem por Uberlândia acabou mudando o perfil da marcha. Até a fronteira de São Paulo com Minas Gerais, a maioria dos participantes era de pequenos agricultores e arrendatários.
No Triângulo Mineiro, médios e grandes fazendeiros de soja se juntaram ao movimento.
No final da tarde de ontem, a coordenação nacional do movimento ``Não Posso Plantar" divulgou nota comentando o pronunciamento do presidente Fernando Henrique sobre a crise agrícola, em cadeia nacional.
A nota começa elogiando a sensibilidade do governo em relação aos problemas da agricultura.
``O governo reconhece que as dívidas estão além da capacidade de pagamento dos produtores."
Mas a coordenação do movimento considera que FHC está equivocado ao afirmar que a marcha é comandada por caloteiros.
``A cobrança da TR sobre os financiamentos agrícolas é indevida por força de lei", destaca a nota.
``O presidente foi infeliz ao dizer que queremos dar o calote", disse Luís Humberto Carneiro, presidente do Sindicato Rural de Uberlândia e um dos coordenadores do movimento.

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