São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Excluído, Covas critica Rio

EMANUEL NERI

EMANUEL NERI; MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

``Fiquei sabendo pelos jornais", disse o governador Mário Covas ao ser indagado sobre o motivo de não ter ido à reunião dos governadores no Rio.
Auxiliares do governador entendem que a reunião foi uma tentativa de isolar São Paulo do debate.
Por trás da exclusão de São Paulo, segundo auxiliares covistas, está mais uma batalha da ``guerra fiscal".
Pela primeira vez, Covas foi duro ao comentar o assunto. Chamou de ``concorrência desleal" estratégias como a que foi usada pelo Rio para atrair uma fábrica de caminhões da Volkswagen -75% de isenção fiscal por cinco anos.
``No Rio há uma porção de estaleiros. De repente, eu peço para um grupo estrangeiro vir fazer um estaleiro em São Paulo e dou isenção de imposto para eles", afirmou. ``É evidente que eu estou fazendo uma concorrência desleal."
Para os covistas, dois fatos devem ter contribuído para acirrar a articulação dos sete Estados.
Um deles é a proposta de Covas e da bancada paulista do PSDB de criar uma legislação federal para o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
O ICMS varia de um Estado para outro. Em São Paulo, a alíquota é de 18%. Em alguns Estados, além do ICMS menor, há incentivos para atrair investimentos.
O segundo motivo é o apoio do governo e de entidades sindicais a uma proposta de reforma tributária da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), da Universidade de São Paulo.
Na semana passada, uma reunião da Fipe para tratar do tema recebeu aval de quatro secretários de Covas, além de entidades como Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e CUT (Central Única dos Trabalhadores).
Basicamente, a proposta da Fipe tem como objetivo transformar impostos como ICMS e IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) no IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
Esse imposto é cobrado no destino do produto, ou seja, no ato do consumo.
Emerson Kapaz, secretário paulista da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, afirma que que o IVA não beneficia São Paulo. Segundo ele São Paulo pode perder arrecadação

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