São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Temas econômicos dominam visita de FHC a Portugal

JAIR RATTNER
DE LISBOA

A principal expectativa do governo português para a viagem a Portugal do presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo embarque está previsto para hoje à noite, é o estabelecimento de uma política que possa aumentar as relações econômicas entre os dois países.
Os portugueses pediram que a comitiva presidencial incluísse ao menos um ministro da área econômica. O pedido foi atendido. A ministra da Indústria e Comércio, Dorothea Werneck, vai integrar a comitiva. Sérgio Motta (Comunicações) e Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores) também vão acompanhar o presidente.
O Brasil tem grande vantagem na balança comercial entre os dois países. Em 1994, importou US$ 96 milhões de dólares e exportou US$ 510 milhões para Portugal.
Para os portugueses, a vantagem comercial brasileira se origina da pouca credibilidade de sua indústria no Brasil. Portugal continua exportando os produtos tradicionais: azeite, cobre e vinhos somam 39,6% das exportações. O Brasil exporta principalmente produtos primários: couros, peles, soja e bagaço somam 49,1%.
Um dos principais acordos que serão assinados durante a viagem não terá garantia de continuidade. O ministro Sérgio Motta acompanhará a assinatura do compromisso de instalar um cabo submarino de comunicações entre os dois países.
Mas a Companhia Portuguesa Rádio Marconi, responsável pelas comunicações internacionais portuguesas, está sendo absorvida pela estatal Portugal Telecom, para ser privatizada. A instalação do cabo dependerá da futura direção.
Para os cerca de 15 mil brasileiros que moram em Portugal, os principais problemas não serão resolvidos com a viagem.
A questão dos dentistas, que se arrasta há sete anos, não tem solução à vista. As negociações estão num impasse. Os portugueses recusam-se a admitir que os brasileiros possam trabalhar em Portugal com diploma brasileiro, da mesma forma como podem trabalhar no Brasil com diploma português.
Os brasileiros também reclamam das dificuldades para obter visto de residência em Portugal e do tratamento a que são submetidos pelo Serviço de Estrangeiros.

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