São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Grupo de Lula indica Dirceu amanhã

CARLOS EDUARDO ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-deputado federal José Dirceu (SP) deve ser indicado amanhã candidato a presidente nacional do PT pela ``Articulação", a corrente de ``centro" no espectro político do partido.
A ``Articulação" deve ter cerca de 42% dos delegados à convenção nacional do PT, marcada para os dias 18, 19 e 20 de agosto próximo em Guarapari (ES). O grupo é liderado nacionalmente por Luiz Inácio Lula da Silva, atual presidente da legenda.
Lula já anunciou que não aceita ser reconduzido ao cargo. A disputa na ``Articulação" está restrita aos nomes de Dirceu e de Luiz Soares Dulci, ex-deputado federal (MG) e atual secretário de Governo da administração petista de Belo Horizonte.
``Recebi sinal verde de Lula", afirmou Dirceu. Lula recomendou a Dirceu que tentasse uma composição com o grupo do deputado estadual paulista Rui Falcão, a ``Hora da Verdade", para garantir a governabilidade da legenda a partir de agosto.
Dirceu sabe que tem maioria assegurada na ``Articulação", mas quer que a corrente se encarregue de negociar com as outras forças do partido os votos que faltam para assegurar a eleição à presidência do PT.
Dulci afirmou que aceitará o resultado da consulta interna da ``Articulação". O ex-deputado mineiro disse ainda que seu objetivo é voltar à Executiva (instância decisória da agremiação) e que é preciso fazer mudanças na estrutura de poder do PT.
``A atual Executiva é muito paulista e a próxima deve ter uma dimensão mais nacional", declarou Dulci. O grupo mineiro deve ser contemplado com pelo menos uma vice-presidência do partido ou, ainda, com um cargo importante na cúpula.
Para atingir a maioria, a ``Articulação" vai tentar uma aliança com a ala de Falcão e parte da tendência ``Democracia Radical", do deputado José Genoino (SP).
As relações de Dirceu com Genoino são tensas, mas o candidato à presidência do PT acha que uma parte do grupo pode apoiá-lo. Dirceu deve enfrentar a oposição, na convenção nacional, dos setores mais à esquerda do PT.

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