São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Agricultor mata e esquarteja a mulher no PR

MÔNICA SANTANNA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O agricultor Argentino Alves dos Santos, 30, matou com golpes de faca sua mulher Edite Aparecida dos Santos, 22, e retalhou o corpo em oito partes. Edite estava grávida de quatro meses.
O crime ocorreu na madrugada de ontem em Bocaiúva do Sul (PR), na região metropolitana, a 25 km de Curitiba.
Santos foi preso em flagrante pela polícia, sob acusação de homicídio e ocultação de cadáver. A pena para os dois crimes pode chegar a 30 anos de prisão.
Santos confessou que matou a mulher porque ela estaria traindo-o com vizinhos havia três meses (leia texto abaixo). O casal tinha quatro filhos, que dormiam na hora do crime, segundo Santos.
O delegado Noel Francisco da Silva disse que iria transferir o acusado para a Central de Triagem, em Curitiba, temendo uma revolta dos cerca de 10,6 mil moradores de Bocaiúva do Sul.
``Um crime brutal como esse pode provocar um linchamento ou outra tragédia", disse Silva.
O casal morava numa chácara a sete quilômetros do centro de Bocaiúva do Sul. Santos disse que Edite estava grávida dele mesmo.
Santos afirmou que não se recorda como esfaqueou Edite. ``Não sei como fiz isso", disse. Segundo ele, o crime ocorreu na sala e não foi visto pelas crianças.
O delegado Silva disse que um vizinho chamou a polícia porque ouviu gritos. ``Nós chegamos ao local quando Santos começava a preparar uma fogueira para queimar as partes do corpo", disse.
Segundo o delegado, as oito partes do corpo de Edite estavam enroladas em pedaços de pano, a cem metros da casa. ``Como ele estava muito bêbado, não conseguiu acender o fogo", afirmou.
Um crime semelhante de ontem aconteceu há três anos em Curitiba, no bairro do Sítio Cercado.
A empregada doméstica Aparecida Ramos de Oliveira matou com golpes de marreta e retalhou em cem partes o corpo do seu marido, Rene Rodrigues de Melo.
Aparecida, que disse ser espancada pelo marido, foi condenada em 94 a 19 anos de prisão, por homicídio e ocultação de cadáver.

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