São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995 |
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Marinha apura sabotagem em arsenal
FERNANDA DA ESCÓSSIA; FRANCISCO SANTOS; ALEXANDRE SECCO
O inquérito tem 30 dias para ser concluído. De acordo com o 1º Distrito Naval, nenhuma hipótese está afastada, nem a de sabotagem. Um curto-circuito em um dos paióis também poderia ter sido o motivo. Marta Bianca dos Santos, noiva do soldado Marcelo Mendes dos Santos, que estava na ilha quando começou o fogo, disse que ele falou de um curto-circuito. Além dessas alternativas, a Marinha investiga a possibilidade de o acidente ter sido causado pela ``instabilidade" química dos explosivos, que faria o material explodir espontaneamente. A Marinha considera praticamente impossível o acidente ter sido provocado por um balão porque todos os paióis de munições são cobertos. O alarme do Centro de Munições da Marinha, seguido de ordem de abandonar o local, soou na ilha do Boqueirão momentos antes da primeira da série de explosões. A Marinha avalia que essa pode ter sido a principal razão para não ter havido vítimas fatais. Até o fim da tarde de ontem, ainda não se sabia o que acionou o alarme. Segundo nota oficial da Marinha divulgada na manhã de ontem, 23 militares ficaram feridos. O Serviço de Relações Públicas do 1º Distrito Naval informou que somente um deles permanecia internado. Ele seria operado no ombro para retirar restos de vidro. Ainda segundo a nota oficial, não houve feridos entre a população civil. ``Os civis atendidos em hospitais passavam por crises emocionais", afirmou o capitão-de-mar-e-guerra Wellington Liberatti, diretor do serviço de Relações Públicas da Marinha. Novas explosões Duas novas explosões aconteceram ontem de manhã na ilha do Boqueirão (vizinha à Ilha do Governador, zona norte do Rio). Segundo a Marinha, por volta das 15h todos os focos de incêndio na ilha foram apagados. Por razões de segurança, somente hoje à tarde começaria a perícia no local. As explosões de ontem foram pequenas, sentidas apenas nas ilhas vizinhas. Anteontem, o abalo das duas primeiras explosões se propagou por um raio de 20 km. A explosão destruiu 10% dos paióis de munição e 15% do acervo de munição. Três depósitos ficaram completamente destruídos. Por razões de segurança, a Marinha não informou a quantidade de material danificado. Também por motivos de segurança, a relação dos materiais danificados não foi divulgada. Toda a área próxima à ilha, inclusive o espaço aéreo, está interditada. A Folha tentou chegar à ilha de barco, mas foi detida por um barco da Marinha a uma distância de aproximadamente 500 m. Indenização A Marinha promete indenizar as famílias que tiveram seus imóveis danificados por causa da explosão. Segundo a diretoria de Relações Públicas da Marinha, a corporação definirá, caso a caso, quem terá direito a indenização. Colaborou ALEXANDRE SECCO, da Sucursal de Brasília. Texto Anterior: Banco Mundial financia projeto na Bahia; O NÚMERO; Pedreiro é morto a tiro em São Paulo; Reaberta linha de trem SP-Rio Preto; Laudo sobre queda de teleférico é concluído; SUPERSENA Próximo Texto: Vereador resgatou 12 fuzileiros Índice |
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