São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Balança comercial tem 8º déficit

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As importações de junho superaram as exportações em US$ 775 milhões. É o oitavo déficit consecutivo da balança comercial, que vem apresentando resultados negativos desde novembro de 94.
O déficit acumulado no primeiro semestre deste ano ficou em US$ 4,26 bilhões.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, disse ontem que a balança deverá registrar saldos positivos somente ``nos últimos quatro ou cinco meses do ano".
``O resultado do ano não será brilhante, quando comparado com a nossa história", afirmou.
Técnicos do governo consultados pela Folha prevêem o pior resultado desde 1980, quando a balança comercial registrou um déficit de US$ 1,2 bilhão.
Segundo Mendonça de Barros, o déficit de junho foi causado principalmente pelo aumento das importações de automóveis, combustíveis e lubrificantes.
As importações de veículos em junho foram de US$ 538 milhões, o que representa 10,99% das compras no mercado externo. Em relação a maio, a alta foi de 34,9%.
O secretário disse que o governo espera que as importações se estabilizem daqui para frente devido às medidas adotadas pelo governo para restringir a entrada de produtos externos no país.
A emissão de guias de importação está em declínio, de acordo com o secretário de Comércio Exterior, Mauricio Cortes.
Em junho, a média diária de guias emitidas foi a menor do ano (US$ 320,8 milhões). Em relação a maio, houve queda de 25%.

Importações
Em junho, as importações foram de US$ 4,89 bilhões, o que significa um crescimento de 95,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Mendonça de Barros disse que o governo não irá proibir o financiamento de importações de forma indiscriminada. Segundo ele, esta medida é possível somente em alguns casos específicos.
``Nós não estamos pensando em nada substantivo com relação a travar o processo de abertura de importações", afirmou o secretário.
Em junho, a importação de bens de capital (máquinas e equipamentos) e matérias-primas caiu 5,4% e 5,8%, respectivamente, em relação a maio, enquanto as compras de bens de consumo duráveis cresceram 18,8%.

Exportações
As exportações de junho ficaram em US$ 4,12 bilhões, valor recorde para os resultados verificados naquele mês. As vendas no mercado externo foram 10,52% maiores que o mesmo mês de 94.
A média diária de exportação em junho (US$ 196,2 milhões) representa a maior média mensal deste ano.

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