São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995
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Linha de impedimento falha e defesa fica sem controle

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A RIVERA

A seleção brasileira jogou ontem de forma heterodoxa. Primeiro, a escalação inusitada de um jogador (Leonardo) que o próprio técnico Mario Jorge Zagallo reputa um marcador apenas regular. Somado a isso, o time entrou posicionado para fazer linha de impedimento.
Linha de impedimento é quando todos os jogadores da defesa se posicionam alinhados e avançam para deixar o adversário impedido.
O time brasileiro nunca treinou esse tipo de estratégia nos treinos.
Os dois gols que a seleção brasileira tomou no primeiro tempo deixaram os defensores perplexos. Tentaram se posicionar de maneira a deixar os argentinos em posição de impedimento, mas erraram.
No segundo tempo, o problema não se repetiu com a mesma frequência. Os argentinos estavam em desvantagem por causa da expulsão do volante Astrada.
O time não soube aproveitar a vantagem de ter um jogador a mais a maior parte do tempo. A troca de passes no meio-campo era sempre falha.
Juninho, responsável pela ligação entre o setor do meio-campo com o ataque, segurava muito a bola e não conseguia driblar os marcadores argentinos.
Por reter demais a bola, os brasileiros não conseguiam fazer jogadas para que alguém sobrasse livre para chutar.
Outro erro da equipe foi priorizar os jogadores errados para tentar chutes de fora da área. Em duas oportunidades no segundo tempo, coube a Aldair tentar acertar o gol argentino. Uma vez, a bola foi para fora. Na outra, parou no meio do caminho.
A entrada de Túlio ajudou o time a ter um jogador de presença mais constante na área. Mas acabou sendo desguarnecido o meio-campo. Foi Leonardo quem saiu, aos 14min do segundo tempo, para dar lugar a Túlio.
A falta de marcação eficiente no meio-campo brasileiro colocou em risco a defesa. Em várias ocasiões os zagueiros brasileiros foram obrigados a fazer falta para cortar os ataques argentinos.
Aos 40min, as faltas brasileiras acabaram resultando na expulsão de César Sampaio. Ele já havia recebido cartão amarelo. Como fez falta por trás do atacante Acosta, teve de receber o cartão vermelho.
Com dez jogadores em cada time, faltando cinco minutos para o final, a partida apenas se arrastou até os pênaltis.
(FR e MM)

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