São Paulo, terça-feira, 18 de julho de 1995 |
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Atentado completa 1 ano sem solução
DENISE CHRISPIM MARIN
A explosão do carro-bomba matou 96 pessoas e feriu mais de 200. Segundo Rubém Beraja, presidente da Daia (Delgação de Associações Israelitas Argentinas), não há dúvidas de que um grupo argentino ajudou os terroristas. Em entrevista à Folha, Beraja diz que é preciso investigar a possibilidade de policiais estarem envolvidos no atentado. Essa denúncia levantada por declarações recentes de um dos suspeitos presos, Carlos Telleldín. A seguir, trechos da entrevista. Folha - Qual o balanço que o senhor faz das investigações do atentado contra a Amia? Rubén Beraja - A suspeita de responsabilidade do grupo terrorista islâmico Hizbollah segue vigente. Acreditamos também que houve intervenção de um grupo local, que deu apoio à célula que executou o atentado. Folha - Quais os resultados obtidos até agora? Beraja - Não há resultados concretos. Provavelmente, eles aparecerão dentro de 60 a 90 dias. Folha - Que fatos novos são esses? Beraja - O juiz encarregado de apurar o caso deteve cinco novos suspeitos nas últimas semanas. Eles estão sendo interrogados. Folha - O senhor admite que há na Argentina grupos de tendência fundamentalista? Beraja - Há, sim, grupos de influência fundamentalista. Alguns religiosos iranianos estão semeando esse tipo de ideologia. No fundo, não deixam de fomentar a criação de ativistas. Folha - Grupos neonazistas estariam associados aos islâmicos na execução do atentado? Beraja - Não podemos descartar essa possibilidade. Folha - Recentemente, Carlos Telleldín afirmou que a polícia de Buenos Aires está envolvida no atentado. Como o senhor avalia essa declaração? Beraja - Não descartamos a hipótese de que alguns policiais relacionados com Telleldín estejam envolvidos. Folha - Por que sempre que há atentados contra judeus os iranianos são os primeiros a serem responsabilizados? Beraja - Já houve atentados na Argentina executados por neonazistas locais. Os ataques mais recentes devem ser interpretados à luz dos conflitos mundiais. Texto Anterior: Ieltsin segue internado e cancela encontro Índice |
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