São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Azeredo pretende reunir os 27 governadores

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), articula uma reunião com todos os governadores para discutir a reforma tributária e o fim da isenção de impostos nas vendas interestaduais de energia e combustíveis.
O encontro será realizado em Belo Horizonte no dia 7 de agosto.
Na segunda-feira, cinco governadores (RJ, MG, RN, PA e PR) e dois vices (RS e BA) discutiram no Rio a cobrança de impostos na venda de combustíveis e energia.
O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), não foi convidado para o encontro e soube de sua realização pelos jornais.
Ontem, Azeredo esteve com Covas no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
Os dois ficaram reunidos por cerca de uma hora.
Covas disse que não conversou nesta semana com o governador do Rio, Marcello Alencar (PSDB), anfitrião do encontro de segunda.
Mas disse que recebeu um recado de que Alencar o visitará no Palácio dos Bandeirantes na próxima semana.
A falta do convite foi minimizada por Covas: ``Não fui convidado por alguma razão, pela qual se supunha provavelmente que São Paulo tinha pouco a ver com o problema, que envolve energia e petróleo."
Azeredo afirmou que a ausência do convite a Covas não teve o caráter de tentar excluir São Paulo da discussão.
Covas disse que não tem opinião formada sobre a proposta de fim de isenção na venda de combustíveis e energia. Segundo ele, a proposta beneficiaria São Paulo, mas seria prejudicial aos Estados mais pobres, que compram esses produtos de outros Estados.
Os dois governadores afirmaram que são favoráveis à federalização do ICMS, se isso significar a existência de uma legislação nacional e uniforme sobre o assunto.
Azeredo é totalmente contra a transferência da cobrança do ICMS para o governo federal.
Isso ocorreria com a criação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), um dos pontos estudados pelo governo federal para a reforma tributária.
O IVA reuniria o ICMS (estadual), o IPI (federal) e o ISS (municipal) e seria arrecadado pela União. Parte dos recursos seria depois repassada aos Estados.
Covas confirmou sua presença na reunião do dia 7, mas afirmou que os governadores não têm intenção de apresentar uma proposta de reforma tributária alternativa à do governo federal.
Segundo ele, o objetivo dos governadores é debater para poder se posicionar frente ao projeto de FHC quando ele for apresentado.
``Seguramente nós seremos chamados a discutir e precisamos estar prevenidos para oferecer sugestões", disse.

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