São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995 |
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"Esquerda e "direita tentam barrar Dirceu
CARLOS EDUARDO ALVES
Ontem à noite, Dirceu foi indicado candidato a presidente nacional do partido pela corrente de ``centro", a ``Articulação". Uma consulta feita pela tendência apontou ampla maioria para o nome do ex-deputado federal. A ``Articulação", segundo os cálculos aceitos pelos diversos grupos petistas, deve ter pelo menos 40% dos delegados à convenção que escolherá o substituto de Luiz Inácio Lula da Silva na direção da legenda. A convenção está marcada para agosto, em Guarapari (ES). Lula é a liderança pública mais identificada com a ``Articulação", mas não participou da reunião que oficializou a candidatura Dirceu. Para não parecer uma imposição do hoje mais forte grupo petista, o nome do ex-deputado paulista será apresentado como a ``opção" do setor centrista às demais forças. O problema que Dirceu tem de enfrentar é como conseguir os votos restantes para chegar até a metade mais um dos convencionais. A ``direita" do espectro petista, liderada pelos deputados federais José Genoino (SP) e Eduardo Jorge (SP), deve ser uma pedra no caminho do candidato. ``Nós já avisamos ao pessoal da `Articulação' que poderíamos votar em vários nomes deles, mas não no de Dirceu", afirmou Genoino. As relações de Dirceu com Genoino foram rompidas depois que o candidato centrista afirmou que o deputado da "direita queria transformar o PT numa ``linha auxiliar" do governo FHC. Um setor próximo da ``extrema esquerda" petista pretende bombardear a candidatura de Dirceu admitindo uma aliança em torno de Luiz Soares Dulci, secretário de Governo da administração petista de Belo Horizonte. Dulci é membro da ``Articulação". O argumento que será usado contra Dirceu é que Dulci, até por não ter o temperamento explosivo do ex-deputado, abriu menos áreas de atrito no partido e, portanto, disporia de maior capacidade de aglutinação. Dirceu espera agora o endosso público de Lula à sua candidatura.``O trabalho agora é conseguir unir o maior número de forças", afirmou o candidato. Texto Anterior: Papa vem ao Brasil em 1997, diz cardeal Índice |
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