São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Tribunal adia decisão sobre carteiros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL

Empresa não aceita reivindicação de grevistas na reunião de conciliação; paralisação completa nove dias
Os empregados dos Correios e a empresa voltam hoje a discutir uma proposta de acordo para acabar com a greve da categoria, que completa nove dias hoje.
Ontem, na reunião de conciliação no TST (Tribunal Superior do Trabalho), a empresa não aceitou as reivindicações dos grevistas.
Eles querem um realinhamento médio de 7,98% entre os níveis salariais, retroativos a janeiro, readmissão de 1.500 demitidos desde 1985 e pagamento de passivos trabalhistas.
A empresa aceitou a suspensão de processos das punições em curso e de novas demissões e pediu a instauração do julgamento para a questão econômica.
O ministro Wagner Pimenta fez uma contraproposta para evitar o julgamento do dissídio. Sugeriu a suspensão da greve, pagamento dos dias parados e do realinhamento e suspensão das demissões.
A ECT não concordou com o pagamento dos 7,98%, alegando que precisa de autorização do CCE (Comitê de Controle das Estatais).
Os grevistas calculam que, dos 78 mil trabalhadores no país, 25 mil aderiram à paralisação. Nove Estados (SP, MG, SC, AL, PA, AM, PE, TO e GO) e o Distrito Federal estão em greve. Entre as categorias, a maior adesão é dos carteiros (80%). O piso salarial na empresa é de R$ 109 e o maior salário, R$ 3.666.

São Paulo
Os funcionários dos Correios de São Paulo entram hoje no terceiro dia de greve. A decisão da assembléia de ontem, na praça da Sé (centro), é de que o movimento continue por tempo indeterminado.
Os trabalhadores de SP reivindicam também o fim do programa de franquias.
Depois da assembléia, os carteiros saíram em passeata em direção à Agência Central do Correio, na praça do Correio.
Segundo a ECT, a greve atinge 50% dos carteiros no Estado. Os demais serviços estariam normais.
Para o Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo (Sintect-SP), 90% dos trabalhadores estão parados (veja quadro).
São 4.100 os carteiros na capital e cerca de 10 mil no Estado. A ECT diz que o movimento é mais forte no ABCD, que tem 80% de adesão à greve. Na Grande SP, 50% dos 1.700 carteiros pararam.
Segundo a Telesp, a ECT garantiu a entrega das contas telefônicas (as únicas enviadas pelos Correios) que vencem no próximo dia 25. A ECT diz que 80% das contas que excederem esse prazo deverão ser entregues em esquema emergêncial.

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