São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Educação

Em seu horário radiofônico, o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou quatro iniciativas na área da educação para 1996 que não devem passar despercebidas por quem ainda espera que as promessas de reforma no ensino fundamental brasileiro transcendam a retórica eleitoreira.
A ``Palavra do Presidente" anuncia a distribuição de 110 milhões de livros didáticos aos 30 milhões de alunos de 1º grau das escolas públicas -o dobro do que será oferecido neste ano- e a exclusão, no atual catálogo de livros do Ministério da Educação, de 274 títulos de baixa qualidade didática.
Além disso, a fala de FHC destaca o projeto de descentralização na distribuição de livros -hoje acumulada por cinco secretarias de Educação- e a adequação dos conteúdos às particularidades culturais das regiões e às demandas específicas das diversas faixas etárias a que eles se destinam.
Num mercado tão inflacionado como o dos livros escolares, a triagem dos títulos por iniciativa oficial pode ser o início de um processo de maior qualificação da oferta editorial no Brasil, tendo em vista a consideração das dificuldades que normalmente envolvem toda tarefa de aprendizagem.
Enfim, o presidente anuncia o aumento de 50% nos recursos da merenda escolar para 180 municípios. Porém, nada garante que, com uma alimentação razoável, o aluno necessariamente ultrapassará todos os ciclos de sua formação.
Anteriormente, já se havia previsto a criação de um canal de televisão para o auxílio da atividade docente, que deverá entrar no ar ainda neste ano.
Entretanto, em seu conjunto, tais metas parecem ainda transitar na periferia dos problemas relativos à qualidade de ensino no Brasil. Os maiores desafios para uma transformação substancial no panorama do ensino fundamental no Brasil são a qualificação docente e uma programação pedagógica à altura da demanda da população. E isso nós ainda estamos aguardando.

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