São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Deficientes visuais são mestres na arte de descobrir as imagens além do olhar

MARCELO REZENDE; CELSO FIORAVANTE
DA REDAÇÃO

Essa edição do caderno de Turismo não é, a princípio, apenas para aquele que lê agora essas palavras. Mas, antes, para quem se identifica com testemunhos de viagens que prescindam do olhar, construídos em um domínio maior do que o das imagens fugazes.
Quando lembramos de uma viagem, as lembranças são um mosaico de tudo o que foi visto, enxergado em suas luzes e cores. Como se o turismo, assim como toda forma de divertimento, estivesse impedido aos que são incapazes de olhar.
Os relatos dos deficientes visuais, esses viajantes tão particulares, nos contam do prazer de se deslocar por um novo mundo.
São pessoas que se aproximam dos lugares e das cidades usando o olfato, o tato, a cultura. Capazes de se aventurar, solitárias ou não, em lugares nem sempre acostumados a recebê-las de forma civilizada, livre dos preconceitos.
O escritor argentino Jorge Luis Borges (1889-1986) -diz uma das várias lendas a seu respeito- perdeu a visão por se debruçar sobre os livros. Mas isso não o impediu de mergulhar em novos lugares e de se transformar num viajante que descobriu que a visão está muito além do olhar.

LEIA MAIS
Sobre turismo para deficientes visuais nas págs. 6-2 a 6-8

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