São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 1995
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Museu em Madri mostra arte para deficientes visuais

Acervo possui maquete da cidade árabe de Alhambra

FREDRIK THOMASSON
DE MADRI, ESPECIAL PARA A FOLHA

Em Madri, se encontra o Museu Tiflológico (tiflologia é um tratado sobre a instrução dos cegos), a primeira instituição direcionada aos cegos e pessoas com graves problemas de vista.
Enquanto outros museus da cidade, como o Prado e a coleção Thyssen-Bornemisza, se dedicam exclusivamente aos visitantes ``videntes", o Museu Tiflológico investe também nesse outro tipo de percepção.
``O museu é uma tentativa de tornar desfrutáveis experiências de arte e cultura, até agora difíceis de ser transmitidas à comunidade dos cegos", diz a curadora Maria Estrella Cela Esteban, laureada em história da arte e também ela uma deficiente visual. ``Mas esperamos que o museu também interesse aqueles com boa visão, afinal ele é para todos", completa.

Maquetes
O museu tem quatro seções principais: uma sala com maquetes de monumentos e objetos de arte de todo o mundo; uma dedicada à arte e à arquitetura espanholas e uma dedicada à arte produzida por cegos e deficientes visuais graves.
Na primeira sala há uma grande variedade de maquetes de monumentos, como o Parthenon (Atenas), a Torre de Pisa e uma planta em relevo de Jerusalém.
Cada maquete é acompanhada de um libreto em braile e uma macroescritura (texto com letras muito grandes). Dois botões acionam gravações sobre as características históricas e um guia ``tátil" da peça.
``Procuramos ilustrar aspectos de difícil compreensão para os não `videntes', como o conceito de espaço arquitetônico", diz Cela Esteban. De algumas maquetes é possível tirar o teto para, assim, entrar nas salas, como o Alhambra, em Granada.
Outra preocupação foi a utilização do mesmo tipo de material das construções em suas maquetes. No Taj Mahal, por exemplo, foi usado o mesmo mármore indiano.

MUSEU TIFLOLÓGICO: Calle La Coruna 18, 28020, Madri, Espanha.
Próximo à estação de metrô Estrecho (linha 1). Aberto de terça a sexta, das 11h às 14h e das 17h às 20h; sábado, das 11h às 14h. Fechado domingo, segunda e feriados. O museu pode oferecer assistência ou guias em outras línguas (tel. 00-34-1-571-1236). Entrada gratuita.

Tradução de Celso Fioravante

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