São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995 |
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Discurso homenageia Itamar
JAIR RATTNER
Em seu discurso, FHC fez 18 alterações no texto original e ultrapassou o tempo previsto em 15 minutos. O destaque foi a homenagem ao ex-presidente Itamar Franco, atual embaixador brasileiro em Lisboa. Dois dias após as críticas do ex-presidente Itamar Franco, atual embaixador do Brasil em Lisboa, à condução da política econômica, FHC afirmou que Itamar esteve na gênese do processo de estabilização econômica do Brasil. Disse estar seguro de que o ex-presidente vai conquistar "o mesmo carinho que desfruta entre os brasileiros. Apesar de ser feito em Portugal, o discurso de FHC na sessão solene da Assembléia da República procurou responder a questões da política interna brasileira. Uma das sete páginas do texto original estava inteiramente voltada para problemas do Brasil. FHC falou sobre a necessidade de reformas constitucionais para eliminar restrições ao capital estrangeiro. Defendeu o fim das reservas de mercado e a quebra dos monopólios estatais do petróleo e das telecomunicações. Sobre a privatização das estatais, citou a Lei de Concessões -absolutamente desconhecida para os portugueses. O presidente falou também sobre o Mercosul (acordo para quebra de barreiras tarifárias no comércio entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). FHC reafirmou a candidatura do Brasil a um lugar no Conselho de Segurança da ONU. Agradeceu o apoio de Portugal à iniciativa. Em seguida, foi ao Palácio de Queluz (12 km de Lisboa), onde se reuniu com o primeiro-ministro português, Cavaco Silva. Discutiram as relações Brasil-Portugal e o relações comerciais internacionais. Os acordos no setor de telecomunicações entre os dois países acabaram se tornando o mais importante acontecimento da visita oficial de Fernando Henrique Cardoso a Portugal. Um dos acordos assinados ontem entre o ministro das Comunicações, Sérgio Motta, com o ministro das Comunicações de Portugal, Joaquim Ferreira do Amaral, prevê investimentos da ordem de US$ 300 milhões para a colocação de um cabo de fibras ópticas (que transmite dados digitais) ligando os dois países. Outro acordo diz que em 90 dias deverá se formar uma empresa entre a Telebrás e a Portugal Telecom para atuar no mercado mundial de telecomunicações, especialmente na Europa e na África. Texto Anterior: Venda de ações das petroquímicas é adiada Próximo Texto: Safra é menor que o esperado Índice |
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