São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Pai adotivo é acusado de acorrentar filho

ISNAR TELES

O lavrador Sebastião de Souza Sabará, 47, foi preso ontem pela Polícia Civil de Ubatuba (a 233 km de São Paulo), acusado de manter acorrentado e sem comida o filho adotivo W.P.C., 12.
Na delegacia, o lavrador disse que acorrentou o próprio filho porque o garoto havia furtado R$ 6,00 da bolsa de sua namorada, cujo nome não foi revelado.
O menino teria ficado acorrentado pelos pés por mais de seis horas a uma bicicleta, em um quarto de 5 m2, no bairro da Marafunda, onde mora.
Ele foi libertado pela Polícia Militar, que recebeu ligações anônimas de vizinhos.
Quando foi encontrado, o menino chorava e disse que essa não teria sido a primeira vez que havia sido acorrentado pelo pai.
Na casa do lavrador, a polícia encontrou um revólver calibre 32 mm, uma cartucheira calibre 16 mm e muita munição.
W.P.C. tinha hematomas em várias partes do corpo que, segundo ele, teriam sido provocados por uma surra.
A Polícia Civil solicitou a realização de exames de corpo de delito para apurar se as marcas foram provocadas pelas supostas agressões.
Sabará disse ainda que ``prendeu" o menino porque ele mesmo teria sido ``educado" desta forma pelos pais naturais. Ele negou que tenha acorrentado W.P.C. outras vezes e que o castigo imposto iria durar três dias.
Sabará nasceu em Teófilo Otoni (MG) e mora em Ubatuba há mais de 15 anos. Segundo informações da Polícia Civil, ele já teria passagem anterior pela polícia, acusado por homicídio.
A delegada Elisabeth Maluf Zago o indiciou por maus-tratos e cárcere privado.
Ele pode receber uma pena que varia de dois a oito anos de prisão, de acordo com o Código Penal.
Além disso, o Ministério Público estuda uma possível ação contra ele, que pode resultar na perda definitiva da guarda do menino.

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