São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Fracassa acordo e carteiros mantêm greve

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL; DA FOLHA VALE

Empresa não aceita reivindicação da categoria; Tribunal Superior do Trabalho julga dissídio no próximo dia 26
A Empresa de Correios e Telégrafos e os trabalhadores não chegaram a uma proposta de consenso para acabar com a greve e o TST (Tribunal Superior do Trabalho) vai julgar no dia 26 o dissídio da categoria. Ontem, a ECT recusou pagar os 7,98% de reajuste reivindicados pelos funcionários.
O ministro Wagner Pimenta fez uma nova contraproposta para evitar uma convocação extraordinária dos ministros, que estão em recesso até 1º de agosto. O ministro Hylo Gurgel foi sorteado para ser o relator do processo.
Ele sugeriu o retorno imediato dos grevistas ao trabalho, cancelamento das demissões, encaminhamento da ECT de novo plano de cargos e salários ao CCE (Comitê de Controle das Estatais), até o fim do mês, e pagamento dos dias parados por meio de compensações.
A ECT aceitou em parte as propostas, ressaltando que não pagaria hora extra e demitiria grevistas que cometeram atos criminosos.
As partes se comprometeram a tentar novo acordo até as 15 horas de hoje para tentar cancelar o julgamento durante o recesso. A idéia é forçar uma negociação das cláusulas sociais para que o julgamento da parte econômica seja marcado para o dia 9.
O representante do Ministério Público do Trabalho, procurador Ives Gandra, encaminhou para o TST seu parecer, reconhecendo a abusividade da greve, que completa hoje dez dias. Mas ele reconheceu a legitimidade da reivindicação econômica dos grevistas.

São Paulo
Os carteiros de São Paulo decidiram ontem continuar paralisados, em assembléia realizada na praça da Sé (centro).
A votação pela permanência da greve aconteceu às 18h, quando a direção do Sindicato dos Trabalhadores na ETC ainda não sabia o resultado da reunião no TST. Foi marcada nova assembléia para hoje às 16h.
Grevistas das agências dos Correios de Taubaté, Jacareí e do centro de distribuição de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, não cumpriram ontem a determinação da Lei de Greve de manter 30% do pessoal em atividade.
A lei determina que parte das atividades sejam mantidas para não prejudicar a população.
Segundo o diretor regional dos Correios, Ronaldo Takahashi de Araújo, 30, apenas as agências do centro de São José dos Campos e a de Guaratinguetá estão mantendo 30% do pessoal em atividade.
O diretor do Sindicato dos Empregados dos Correios, Dirceu Martins, disse que a categoria aguarda uma orientação do departamento jurídico da entidade para decidir se cumpre ou não a lei.

*Colaborou a Folha Vale

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