São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995
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Dinheiro externo deprime cotação do dólar

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os índices das Bolsas de Valores registraram alta ontem de 2,86% em São Paulo e de 1,8% (indicador Senn, do Rio). Houve melhoria no cenário externo e interno em relação ao dia anterior.
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York -que caiu 1,23% no dia anterior- teve recuperação ontem, ajudando a criar otimismo no mercado acionário brasileiro. Ontem, o dia foi mais calmo em Nova York e o índice Dow Jones subiu 0,27%.
O mercado acionário internacional recebeu com otimismo a decisão da diretoria do banco central da França, em reunião ontem, de reduzir os juros para empréstimos de 5 a 10 dias de 7,25% para 7% ao ano. O corte pode ser considerado modesto, mas segue a tendência de queda nos juros iniciada pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) em sua reunião de 22 de junho.
A divulgação pelo BNDESpar (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Participações) do modelo de privatização da Eletrobrás contribuiu também para explicar a alta nas Bolsas.
O mercado de renda fixa manteve estabilidade dos juros na expectativa das medidas do Conselho Monetário Nacional, que foram divulgadas somente no início da noite. As medidas devem estimular o gradual alongamento dos prazos das aplicações em fundos de investimento. Se não existirem complementação das medidas anunciadas ontem haverá fuga das aplicações para as cadernetas de poupança e Bolsas.
Os investidores não devem se precipitar, no entanto, em fazer mudanças em suas aplicações atuais.
O Banco Central não interveio ontem no mercado cambial. Os investidores estrangeiros estão vendendo dólares no mercado flutuante (turismo), o que têm deprimido as cotações. O dinheiro dos investidores estrangeiros está sendo destinado para aplicações de renda fixa que rendem juros de 4% ao mês.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,144%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,62% para dias úteis, projetando rendimento de 4,02% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,63% ao mês, com rendimento de 4,03% no mês.
As cadernetas que vencem hoje rendem 3,6694%. CDBs prefixados de 32 dias negociados ontem: entre 32% e 54% ao ano. CDBs pós-fixados para 123 dias entre 15% e 17% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,45% ao mês, projetando rentabilidade de 4,63% no mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 55% e 116% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,93% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 2,86%, fechando com 39.390 pontos e volume financeiro de R$ 227,07 milhões. Rio: valorização de 1,8%, encerrando a 18.169 pontos e movimentando R$ 9,12 milhões.

Bolsas no exterior
O índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou com 4.641,55 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.547,90 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 16.453,42 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,928 (compra) e R$ 0,929 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,927 (compra) e por R$ 0,929 (venda). ``Black": R$ 0,910 (compra) e R$ 0,920 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,920 (compra) e R$ 0,925 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,900 (compra) e R$ 0,925 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,78%, fechando a R$ 11,46 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 19 de julho foi positivo em US$ 1,563 bilhão. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 1,128 bilhão. O saldo total está positivo em US$ 2,692 bilhões.

No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5992 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,3768 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 87,67 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para julho fechou a 4,02% no mês e para agosto a 3,95% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para agosto ficou a 39.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para julho fechou a R$ 0,935 e a R$ 0,953 para agosto.

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