São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 1995![]() |
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Crianças podem ver um filme por dia
PAULA MEDEIROS DE OLIVEIRA
Mas, se fossem eleger o filme das férias, as crianças certamente não colocariam ``Pocahontas", da Disney, entre os seus preferidos. ``Eu acho desenho quase tudo igual", diz Rosa Moreau Antunes, 6, explicando por que não gostou muito do romance entre a índia norte-americana e o colonizador inglês. ``É uma história que não tem muito sentido", diz. O fato de não ter um final feliz como recompensa para os protagonistas não desagrada a todos. Laura Correia Horta, 7, classificou o desenho como ``mais ou menos". Ela conta que gostou do fim da história porque não queria que os heróis terminassem juntos. ``Seria uma guerra", diz ela. Gostou do filme? ``Yeessss", grita Marcelo Rodrigues, 8, imitando o bordão que o fanstasminha camarada faz em ``Gasparzinho". ``Os tios do Gasparzinho são muito engraçados, e o truque que faz os fantasmas ficarem transparentes é superlegal." Rosa gostou ``dos efeitos especiais, mas a história não é muito legal". ``Gasparzinho" tem lotado os cinemas. Segundo Patrícia Camargo, 21, gerente do cine Eldorado 4, ``muita gente fica do lado de fora". Claudia Ariano, 9, tentou assistir ao filme em um sábado e acabou em ``Pocahontas". ``O filme é legal, mas não gostei de algumas coisas", conta ela. Paloma Gomes Martinez, 9, adorou ``Gasparzinho". ``O filme é bonito no final e engraçado no começo." Corajosa, Maria Adelaide Koehler, 50, enfrentou, com três crianças, duas sessões de cinema no mesmo dia: ``Pocahontas" e ``Cavaleiros do Zodíaco". Fabrício Koehler, 10, diz ter ``adorado" os dois, mas se ``Pocahontas" demorasse mais para terminar, ``íamos sair nadando do cinema, de tanto que minha mãe chorou", diz o menino. Maria Adelaide gostou de ``Cavaleiros do Zodíaco", mas acha o desenho muito violento. ``Ela não entendeu nada por que não acompanha a série na TV", explica o filho, com a concordância da mãe. ``O Menino Maluquinho", um dos maiores sucessos editoriais do país para crianças, estreou há duas semanas sem repetir o mesmo êxito que teve nos livros. Experimentando um novo horário, os shoppings programaram duas sessões do filme por dia: às 10h30 e às 12h. Segundo Patrícia, dos 180 lugares que o Eldorado 4 dispõe, ``muitos ficam vazios". Maria Inês Alle, 30, acha o horário da manhã ``ingrato", para levar a filha Beatriz, 5, ao cinema. Tarcísio Vidigal, 45, produtor do filme, diz que ``o horário da manhã matou o filme em São Paulo". No Rio, segundo o produtor, o público tem empatado com os de fantasmas e cavaleiros. Texto Anterior: Espanhol Bigas Luna alterna grosseria com sensibilidade Próximo Texto: Regina Casé procura seu lugar Índice |
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