São Paulo, sábado, 22 de julho de 1995
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Meligeni já realiza sua maratona no tênis mundial

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O brasileiro Fernando Meligeni, 24, já cumpriu metade de sua `maratona' anual no circuito do tênis profissional.
Desde janeiro, o tenista canhoto já disputou cerca de 15 torneios internacionais na tentativa de melhorar sua posição no ranking mundial.
A maratona começa a dar resultados. Na semana passada, Meligeni ganhou seu primeiro título no exterior, ao conquistar o ATP Tour de Baastad, na Suécia.
Ao vencê-lo, pulou da 78ª para a 54ª posição no ranking da Associação de Tenistas Profissionais (ATP).
Até dezembro, ele terá participado de aproximadamente 30 competições, o que pode lhe garantir terminar o ano entre os 40 primeiros do mundo.
``Para se manter entre os cem primeiros é preciso disputar o circuito com muito esforço e dedicação", avisa Marcelo Meyer, 43, ex-treinador de Meligeni, hoje seu consultor técnico.
Meligeni, nascido na Argentina e naturalizado brasileiro em fins do ano passado, é, atualmente, o número 1 do Brasil.
Ex-número 1 juvenil, durante seis meses, em 89, o tenista se considera mais brasileiro do que muitos que nasceram no país.
``Sou brasileiro por opção. Amo o Brasil", declarou à Folha, por telefone, na última segunda-feira.

Folha - Depois de vencer na Suécia, qual o seu próximo objetivo?
Fernando Meligeni - Continuar a disputar todos os torneios possíveis. Depois, não sei.
Folha - Atualmente, você é o número 1 do Brasil. Passa pela sua cabeça ser o número 1 do mundo?
Meligeni - Sinceramente, não. Existem tenistas melhores do que eu em atividade. Nunca pensei em ser o número 1, 20 ou 30. Quero jogar e, se possível, cada vez melhor.
Folha - Com quantos anos você começou a jogar?
Meligeni - Aos oito anos. E não parei mais.
Folha - Na sua avaliação, por que o tênis no Brasil está tão abandonado?
Meligeni - Acho que por falta de patrocínio. Eu mesmo estou sem patrocinador. Mas acredito que a situação deve mudar.
Folha - Qual o melhor tenista da atualidade?
Meligeni - Não sei se eu poderia dizer qual é o melhor. Há bons tenistas. Um que eu admiro muito é o Muster (Thomas Muster, austríaco, atual número 4 do mundo).
Folha - O fato de o tênis hoje ser jogado no fundo de quadra não tornou o esporte mais feio?
Meligeni - Acho que não. Ao contrário. O tênis hoje exige mais força e preparo físico do atleta. O jogo se tornou muito rápido, o que pode ser feio para uns.

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