São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Mulher evita saber o que ele faz fora de casa
PAULO SAMPAIO
O caso de Simone Signoret é um clássico. Muitas mulheres que convivem com homens requisitados (não necessariamente infiéis) têm, como ela, duas opções: ou esquecem o assédio, ou podem esquecer o casamento. A estilista paulista Mariana Kupfer, 21, casada com o empresário Nardi Davidsohn, 29, percebeu isso logo depois que eles foram morar juntos. ``Se fosse me importar com todas as meninas que fazem graça para ele, nós já estaríamos separados há muito tempo." Tudo bem. Nardi é bonito, rico, bem-nascido, mas não é nenhum astro da TV Globo. E se fosse? Imagine estar ao lado de alguém que a mulherada reconhece até na beira de um igarapé no Amazonas. A atriz Mônica Torres, 37, mulher do veterano galã José Wilker, 49, jamais alimentou esperanças de controlar o marido. ``Mesmo que eu quisesse muito, dificilmente ia conseguir saber o que ele faz 24 horas por dia." Mônica nunca achou nada que sujasse a ficha de Wilker, mas também nunca procurou. No dia a dia, quando ele está no trabalho, ela só o chama em casos extremos. ``Ligo apenas quando tenho um recado absolutamente urgente para dar." O casal está junto há dez anos, cada um na sua, em regime de ``viva e deixe viver". ``O Wilker não leva o menor jeito de ser devotado...", analisa. ``Mas, se rolar outra mulher mais importante, ele sabe que pode me contar. Tendo respeito, fico até amiga." Amiga é uma coisa que a economista Bianca Helena (o nome é fictício, para protegê-la na ação de divórcio), 37, não pode mais ser do marido. O caso dela é tão clássico quanto o de Simone Signoret, só que o desfecho foi infeliz. Ela procurou por quase um ano a prova de que o marido estava mudado, até que encontrou. Era um bilhete da outra, em forma de checking list, cheio de itens: marcar hora no oftalmologista, concertar o carro, gravar fita do Luciano Pavarotti, e, por último, get your divorce. Foi uma dupla surpresa. ``Não só percebi que havia outra, como também que ela controlava a vida dele completamente." Agora, que já montou todo o escarcéu em torno do bilhete e tentou fazer o marido se retratar, sem sucesso, Bianca Helena lamenta. ``Se eu pudesse voltar atrás, faria tudo para preservar meu casamento." Casamentos preservados rendem sempre muitas histórias. O de Marlene Matheus com o conselheiro do Corinthians Vicente Matheus levantou suspeitas desde antes de começar. Vicente contratou um detetive para seguir a namorada Marlene, e depois apresentou o relatório, sem manchas, para ela. Louca da vida, ela fez o mesmo -só que o relatório de Matheus apresentava pequenas aventuras. ``Uma loucura", lembra. Mesmo assim, ela se casou com ele. Criada em uma época ``cheia de tabus", Marlene aprendeu que os homens são mesmo incorrigíveis. ``Mulher inteligente, que conhece o marido, se faz de miguel", ensina. Ela diz que não tem do que se queixar. ``O Vicente, com certeza, paquerou muito por aí, mas ele sempre fez tudo muito direitinho. Morre de medo de mim", orgulha-se. Com 23 anos de casada, hoje Marlene se diverte com os flertes do marido. ``Ele dá bola para as meninas até nas festas em que eu estou junto. Tudo bem, o médico do coração recomendou mesmo." É, mas se ela souber de algum caso sério, adeus. ``Largo ele no ato. Não quero procurar, justamente para não encontrar..." Texto Anterior: 'Ponoestrela' nº 1 é aplapada na Fenasoft Próximo Texto: DEPOIMENTO Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |