São Paulo, domingo, 23 de julho de 1995
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Torneio sul-americano fracassa outra vez

FERNANDO RODRIGUES; MÁRIO MAGALHÃES
DOS ENVIADOS A PUNTA DEL ESTE

A 37ª Copa América, que termina hoje, foi um fracasso. O mais antigo torneio de futebol entre seleções nacionais do planeta é disputado desde 1916. Arrasta-se há anos tentando se reerguer, sem conseguir. Não foi diferente desta vez no Uruguai.
Público pequeno, arbitragens ruins e a falta completa de heróis fizeram desta Copa América um campeonato que não motivou nem o interesse dos anfitriões.
O Uruguai jogou na semifinal com a Colômbia, quarta-feira, para 23 mil pessoas. Cabem 67 mil no estádio Centenário.
Na outra semifinal, entre Brasil e Estados Unidos, o fracasso foi ainda maior. Cerca de 8.000 pagantes assistiram ao jogo.
Hoje, espera-se público maior. Isso não compensará o fiasco de partidas com menos de 3.000 pessoas -nos jogos envolvendo Paraguai, México e Venezuela.
O horário dos jogos foi imposto pelos patrocinadores. No caso do Brasil, o início foi às 21h35.
O frio desta época do ano espantou o público. Quando a seleção brasileira saiu do estádio quinta-feira, depois de derrotar os EUA por 1 a 0, a temperatura era de 4 graus Celsius negativos.
Nenhuma seleção conseguiu apresentar inovações táticas e técnicas. Os artilheiros do torneio têm quatro gols cada: Garcia (México) e Batistuta (Argentina).
Um dos finalistas, o Brasil, só foi à semifinal depois de o árbitro Alberto Tejada validar um gol de Túlio feito com a ajuda de braço.
Os organizadores pensam em mudar a data (julho) e a periodicidade (a cada dois anos) do torneio. Mas isso nunca acontece.
Para atrair atenção da Europa, tentaram este ano transformar o torneio em ibero-americano, chamando a Espanha. O convite foi recusado.
(FR e MM)

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