São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Área plantada cairá 40% e vai faltar feijão, dizem agricultores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A redução da área plantada em todo país pode chegar a 40% e o feijão vai desaparecer do mercado em menos de quatro meses com um consequente aumento nos preços, se o governo não der prioridade à agricultura.
Foi o que afirmaram os agricultores que deixaram Brasília ontem, depois de três dias acampados na Esplanada dos Ministérios e dois no Parque da Cidade.
Os integrantes do ``caminhonaço", como ficou conhecido o protesto, foram recebidos pelo presidente interino, Marco Maciel, enquanto FHC estava em Portugal.
Ontem, os agricultores desistiram de fazer um buzinaço na frente do Palácio do Planalto, porque a Esplanada estava vazia.
``Nossa manifestação não foi um fracasso. Conversamos com pessoas de todas as cidades por onde passamos recebendo apoio", afirmou o presidente da Associação dos Arrozeiros de São Borja (RS), Antônio Elói Paz.
O diretor do Sindicato Rural do Distrito Federal, Paulo Castanheira, criticou o acordo feito pela Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) com o ministro José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura).
No valor de R$ 1,6 bilhão para plantio e novos investimentos, o acordo atende a míni e pequenos agricultores cuja renda familiar vem da agricultura e trabalham em áreas de até 80 hectares (cerca de 112 campos de futebol).
Os juros do acordo são de 12% ao ano, quatro pontos percentuais menos do que o acertado com a bancada ruralista para financiamentos agrícolas.
Os produtores voltaram para casa sem qualquer resposta concreta. Eles querem o fim da TR (Taxa Referencial de juros) para dívidas antigas e equivalência preço-produto para todas as culturas.
O ``caminhonaço" deixou Brasília às 9h e não houve nenhum incidente, segundo o capitão Jair Lobo Rodrigues, do Comando da Polícia Militar de Brasília.

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