São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Planetas ``invisíveis" podem ser encontrados em todo o universo

KATHY WOLLARD

Se sua gatinha tivesse gatinhos e você nunca tivesse visto isso acontecer antes, acharia que sua gata é a única no mundo capaz de ter ``bebês"? Quando você vê outros gatinhos miando por aí, não concluiria que outras gatas fazem o mesmo, sem que você visse?
O mesmo acontece com as estrelas. Quando você olha para o céu, à noite, é difícil imaginar que o Sol seja a única estrela com planetas no universo.
O Sol está a 150 milhões de quilômetros da Terra -isso é perto, pensando em dimensões espaciais. As estrelas mais próximas, depois do Sol, estão a cerca de 39 trilhões de quilômetros distantes da Terra. Ou quatro anos-luz (ano-luz é a distância que a luz percorre no espaço em um ano. Essa distância é de 9,4 trilhões de quilômetros).
As estrelas que vemos à noite, são apenas uma parte das existentes. Os incontáveis ``zilhões" de estrelas que do universo estão agrupadas em galáxias -coleções de estrelas. A maioria está muito longe para ser vista sem a ajuda de um telescópio potente. As estrelas mais distantes estão a dez anos-luz da Terra, ``um pulinho" de cerca de 94 trilhões de quilômetros.
Para os cientistas, é bobagem pensar que só o Sol forma um sistema planetário. Estima-se que existam mais de dez bilhões de trilhões de planetas orbitando ao redor de estrelas. Esse número é tão grande que é difícil imaginar quanto é isso.
O problema é tentar achar esses planetas. Tentar enxergar um planeta é muito mais difícil que ver uma estrela.
Os cientistas usam métodos indiretos para encontrar sistemas planetários. Como? A gravidade -força que atrai corpos- faz com que planetas e estrelas se atraiam. Cientistas estudam o comportamento de estrelas para ver se elas são ``puxadas" enquanto se movem pelo espaço. Se forem ``puxadas", significa que são atraídas pela gravidade de planetas ``invisíveis".
Recentemente, os cientistas descobriram evidências do fenômeno. Pelo menos, dois planetas gravitam em torno de uma estrela chamada de PSR B1257+12, na Via Láctea. A sigla PSR quer dizer ``pulsar" e significa um tipo de estrela pequena e densa que gira muito rápido, enviando ondas de rádio.
Cientistas descobriram esses planetas depois de detectar ``puxões" no movimento do pulsar. Esse ``puxões" ficam evidentes nas ondas de rádio emitidas pelo pulsar. Um dos planetas gravita mais perto dessa estrela que o planeta Mercúrio do Sol. A outra gira a uma distância comparável à de Vênus. Deve haver mais planetas e luas ao redor dessa estrela.
Se for descoberto que é comum haver planetas ao redor de estrelas, parece lógico chegar à outra pergunta: há vida em outros planetas?
Se a existência de planetas é regra e não exceção, também é possível pensar na existência de outras formas de vida.

PERGUNTAS PARA KATHY WOLLARD: devem ser enviadas em inglês para o seguinte endereço: P.O. Box 4564, Grand Central Station, New York, N.Y. 10163.

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