São Paulo, segunda-feira, 24 de julho de 1995
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Rio recebe o melhor e o maldito de Cannes

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Sem grandes astros, mas com grandes filmes, começa hoje no Rio a 11ª versão do Rio Cine Festival. A mostra, que vai até domingo, vai exibir filmes da ``Semana da Crítica Internacional" e da ``Quinzena dos Realizadores" do último Festival de Cannes.
Haverá também uma mostra competitiva de curta-metragens brasileiros, uma seleção de filmes mexicanos, uma retrospectiva Orson Welles e uma mostra de TV com o melhor do último ``Input" -um encontro de profissionais de televisões públicas do mundo inteiro, realizado este ano na Espanha.
Na abertura da mostra, hoje às 20h no Copacabana Palace (zona sul do Rio), um filme de impacto: ``Cova Rasa" (Shallow Grave), do escocês Danny Boyle. A violência das imagens de Boyle vem sendo comparada às de Quentin Tarantino -o diretor de ``Pulp Fiction".
``Manneken Pis", do belga Frank Van Passel, escolhido o melhor filme da ``Semana da Crítica Internacional" no Festival de Cannes 95, também será visto no Rio. Passel virá ao Rio acompanhar a exibição de seu filme.
``Os filmes da Semana da Crítica mostram o que há de melhor na produção cinematográfica mundial. Esta mostra só foi exibida em Paris e Lyon. Com isso, o Rio entra na rota oficial de grandes festivais", diz, animada, Vilma Lustosa, 37, diretora do Rio Cine.
A animação de Lustosa tem sentido. Além de trazer os eleitos da crítica de Cannes, o Rio Cine trouxe também diretores de festivais de cinema europeus e americanos.

Mercado
John Cooper, diretor de programação do ``Sundance Film Festival" -considerado o maior festival de cinema independente dos Estados Unidos-, e Sheila Whitaker, diretora do ``London Film Festival" e do British Film Institute, estarão no júri da Mostra Competitiva de Curta-metragens brasileiros.
Pierre-Henri Deleau, diretor-geral da ``Quinzena dos Realizadores" e Jean Roy, diretor-geral da Semana da ``Crítica Internacional", ambos ligados ao Festival de Cannes, são outros dos convidados.
``Vamos movimentar o mercado, dar oportunidade para que os cineastas brasileiros mostrem seu trabalho para pessoas do mercado externo" diz a diretora do festival.
Dezoito curtas brasileiros vão concorrer na mostra competitiva. Entre eles, ``Amor", com roteiro e direção de José Roberto Torero e com Paulo José e Guilherme Karam no elenco.
Na competição também estão ``A Matadora", de Jorge Furtado, ``Vicente", de Marcos Guttmann e ``O Cantor de Samba", de Alexandre Dias da Silva.
O vencedor leva o troféu Sol de Ouro e mais R$ 3 mil. Serão ainda distribuídos 4 troféus de prata nas categorias documentário, ficção, experimental e vídeo-clip, além de dois prêmios especiais do júri.

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