São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Gaúcho paga juros de 21% ao mês

PAULO FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A LONDRINA (PR)

Edair Marchezan, 40, produtor de arroz em São Borja (RS), foi obrigado a vender, mês passado, parte de sua produção por um valor 26% abaixo do preço mínimo.
Esta foi a única forma que encontrou para pagar prestações atrasadas de dois financiamentos para a compra de máquinas agrícolas.
``Os bancos ameaçavam executar as dívidas e acionar o meu avalista. Não tive outra alternativa", diz Marchezan, um dos integrantes da marcha a Brasília.
Pior. O produtor diz que teve prejuízo duplo para saldar sua dívida atrasada.
``Quando cheguei nos bancos para pagar, soube que os juros pelo atraso eram de 21% ao mês", diz ele, mostrando os recibos dos pagamentos efetuados.
No Banco Meridional, uma parcela do financiamento para compra de uma colheitadeira, vencida no dia 9 de março, saltou de R$ 4.296,26 para R$ 7.106,54 no dia 20 de junho passado.
Só de juros, Marchezan pagou R$ 2.837,28.
No Bamerindus, para saldar uma prestação de financiamento de um pulverizador, no valor de R$ 2.295,04 (vencida em 15 de maio), Marchezan desembolsou R$ 2.770,85, com juros de R$ 475,81 por 36 dias de atraso.

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