São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995
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Insustentável leveza

Convidado pelo governador Orestes Quércia para projetar o Memorial da América Latina, em São Paulo, o arquiteto Oscar Niemeyer concebeu uma obra que, segundo ele, privilegiava a leveza.
Dentro deste espírito, o projeto previa a construção de uma passarela que ia de um ponto a outro sem nenhuma coluna central para servir de suporte.
Os engenheiros responsáveis pela obra olharam o projeto e avisaram: para construir a passarela daquela forma, seria necessário revogar as leis da física. Por conta própria, enfiaram ali uma coluna.
Surpreso, Niemeyer apelou a Quércia contra a distorção de sua obra, mas nada conseguiu.
Paciente, o arquiteto esperou uma viagem de Quércia e, num encontro com o vice Almino Affonso, que assumira interinamente, expôs sua inquietação artística.
A passarela continua lá, mas foi preciso negociar muito até que as partes chegassem a um meio-termo: a coluna dos engenheiros acabou sendo substituída por uma peça mais leve e discreta, desenhada pelo próprio Niemeyer.

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