São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995 |
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Governo pode ajudar Banespa com aval
DA REPORTAGEM LOCAL O governo federal pode ajudar o governo de São Paulo a saldar metade da dívida de R$ 12,5 bilhões do Estado com o Banespa. A ajuda seria o aval (garantia) do Tesouro Nacional para empréstimos que seriam tomados no exterior.A Folha apurou que a operação seria feita por intermédio do BB (Banco do Brasil), que tomaria os empréstimos no exterior. O ministro José Serra (Planejamento) afirmou ontem que o governo federal não vai socorrer o governo paulista com transferência de recursos. "Trata-se de uma recomposição da dívida, não de transferir dinheiro", disse Serra. O ministro não detalhou a negociação que está em curso entre o governador Mário Covas e o presidente do BC (Banco Central), Gustavo Loyola. Serra limitou-se a explicar que, se a solução envolver a renegociação da dívida vai se tratar ``apenas de trocar parte da dívida do Banespa, que é interna, por externa". Segundo Serra, esse é um remanejamento que, ``naturalmente, precisa de um aval federal, mas isso não significa envio de recursos. Significa garantia para que a dívida possa ser estendida ao longo do tempo". A Folha apurou que o BB faria empréstimos no exterior no valor de R$ 6 bilhões e repassaria o dinheiro para o Banespa. Mas o Banespa deve dinheiro ao BB, ao BC e à Caixa Econômica Federal. Os recursos do empréstimo seriam, então, contabilizados como crédito recebido pelo Banespa e devolvidos pelo banco paulista ao governo federal em pagamento de suas dívidas. O Banespa não ficaria com o dinheiro, mas reduziria seu prejuízo. O governo do Estado ganharia, porque não teria de arcar com os juros altos cobrados no mercado interno e teria prazo entre 20 e 25 anos para pagar. O BB receberia o que deve do Banespa. Apesar de o BB intermediar o empréstimo, quem assume os riscos de um eventual não-pagamento é o Tesouro Nacional, que avalizaria a operação. Como garantia do pagamento, o governo paulista oferece ao Tesouro a parcela da arrecadação de impostos que o governo federal distribui aos Estados (cota do Fundo de Participação dos Estados). Texto Anterior: Licença de Covas é opcional Próximo Texto: Papa faz críticas a religiosos brasileiros Índice |
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