São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 1995 |
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Mediador deve permanecer obrigatório
SHIRLEY EMERICK
A Folha apurou que está sendo estudada uma forma de evitar confronto com o STF (Supremo Tribunal Federal), que considerou inconstitucional a obrigatoriedade do mediador trabalhista. No despacho, o presidente do STF, Sepúlveda Pertence, argumentou que a imposição do mediador fere a liberdade das partes de recorrerem à Justiça. Ele questionou também a limitação da MP ao poder normativo da Justiça. A idéia do governo é, de forma indireta, induzir a uma negociação entre as partes para evitar o acúmulo de processos. A legislação trabalhista já prevê uma negociação preliminar. A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), de 1943, instituiu uma negociação compulsória. O artigo 616 estabelece que as partes não podem se recusar a negociar. No caso de impasse, a parte prejudicada pode pedir ao ministério a convocação da empresa ou do sindicato para esclarecimentos. Uma instrução do TST (Tribunal Superior do Trabalho) também determina que o julgamento de dissídios só pode ocorrer quando se esgotam as negociações. O governo quer fortalecer essa norma. O governo estuda também como irá manter a aferição de produtividade pela empresa, também questionada pelo STF. Objetivo: forçar a negociação entre trabalhadores e empresas, preparando-as para o contrato coletivo. Ontem à tarde, os ministros Paulo Paiva (Trabalho), Nelson Jobim (Justiça) e Clóvis Carvalho (Casa Civil) discutiram a MP e as implicações jurídicas e políticas de manter artigos suspensos pelo STF. As propostas foram enviadas ao presidente Fernando Henrique. O novo presidente da Comissão Representativa do Congresso, senador Odacir Soares (PFL-RO), disse que espera aprovar hoje convocação dos ministros Paulo Paiva e Pedro Malan (Fazenda) para dar esclarecimentos sobre a MP. Texto Anterior: CEF fecha superintendências em São Paulo Próximo Texto: Minas terá primeira usina em parceria Índice |
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